Marcelo Calero sobre prisão de Temer: ‘A justiça foi finalmente feita’

  • Por Jovem Pan
  • 21/03/2019 14h40 - Atualizado em 21/03/2019 14h40
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Luis Macedo/Câmara dos Deputados O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero é atual deputado federal pelo Rio de Janeiro

O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero afirmou estar com o coração confortável com a prisão do ex-presidente Michel Temer nesta quinta-feira (21). “Acho que prisão de ninguém a gente comemora, mas estou com o coração confortável e a sensação de que a justiça foi finalmente feita”, disse em entrevista à Jovem Pan.

Em 2016, Calero abandonou o governo Temer após acusar o ex-presidente e o ex-ministro Geddel Vieira Lima de o pressionarem para aprovar a construção de um empreendimento em Salvador. “Denunciei Geddel e Temer. Lembro de cada palavra que esse chefe de quadrilha me disse. Ele me falou a seguinte frase: ‘a política tem dessas coisas'”, afirmou. “Naquele momento, tive duas certezas: que eu estava diante de uma quadrilha, como se provou, e que aquela não era a política que eu queria.”

O deputado federal lembrou que foi muito criticado por sua decisão. “Na época, tomei bordoada de tudo quanto é lado, criaram histórias ao meu respeito”, disse. “Mas logo depois, descobriram que aquele empreendimento que o Geddel e o Temer queriam que eu autorizasse era parte do esquema de lavagem de dinheiro”, contou Calero.

Marcelo Calero disse que não há “nada de extraordinário” nas prisões de Michel Temer, do ex-ministro Moreira Franco e do coronel Lima, amigo de Temer. “Era conhecido o patrimônio de Michel Temer, como o de Sérgio Cabral, e as pessoas se perguntavam de onde vem o patrimônio dessa gente”, afirmou.

Rebatendo o que o ex-ministro Carlos Marun disse, que a prisão de Temer criaria instabilidade na política, Calero classificou essa visão como uma “tremenda bobagem”. “Faz parte de um discurso apocalíptico do Carlos Marun. Esses personagens não têm relevância no cenário político nacional e muitos desses personagens da era Temer tiveram suas respostas nas urnas.”

Prisões

A prisão de Michel Temer foi cumprida na manhã desta quinta-feira após mandado expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e diz respeito à investigação de desvios na Eletronuclear. A ação desta quinta foi batizada de Operação Descontaminação.

Foram expedidos no total oito mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 26 de busca e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná e no Distrito Federal.

A investigação decorre de elementos colhidos nas Operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade deflagradas pela PF anteriormente e, notadamente, em razão de colaboração premiada firmada pela Polícia Federal. Os mandados foram expedidos pela 7° Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

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