Marco Antônio Villa critica erros das pesquisas eleitorais: “discutimos sobre algo que não existe”

  • Por Jovem Pan
  • 06/10/2014 00h08

Um dos grandes destaques deste domingo (5) de eleições não envolveu os candidatos ou mesmo as urnas. Os erros acachapantes das pesquisas de intenção de voto chamaram a atenção negativamente. Em entrevista à JOVEM PAN, o historiador Marco Antônio Villa falou sobre o assunto.

“É difícil dizer que, na última semana, tenha ocorrido um ou mais fatos que são tão importantes que, de uma forma ou de outra, pudessem mudar a opinião do eleitor. As pesquisas já tinham problemas desde lá atrás”, explicou.

Villa ainda destacou o quanto isso interfere nas eleições em si: “a gente fica discutindo durante dois ou três meses no processo eleitoral algo que não existe, mas que certamente influencia parcela considerável de eleitores que, na hora da escolha, acabam optando muito por aquilo de ‘não perder o voto’”.

O historiador faz questão de reforçar a necessidade de mudanças: “não falo em proibição de pesquisa. Mas os institutos têm de explicar. (…) É uma questão de interesse de todos nós, tem problemas metodológicos, na coleta dos dados, deve ter gente que sabe onde vai ser a pesquisa, deve ter de tudo. É impossível que não haja graves problemas na formulação das pesquisas”.

Segundo turno

“Essa eleição é a mais disputada da história do Brasil Republicano, não veja nenhuma outra com tantas alternâncias em tão pouco espaço de tempo. É também a mais suja de todos os tempos”, afirmou.

Na visão de Villa, a campanha dos dois presidenciáveis será pouco propositiva no segundo turno. Assim como aconteceu nessa primeira etapa do pleito, os oponentes se preocuparão mais em descontruir seus adversários do que apresentar planos de governo.

O historiador frisa que teremos um terceiro candidato no segundo turno. Trata-se do doleiro Alberto Youssef. “O doleiro será o candidato oculto e pode decidir o futuro da eleição. Suas denúcias certamente abalarão duramente o governo”, afirma.

 

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