Marcos Pontes pede mais dinheiro contra Covid-19 e diz que recursos seguem contingenciados
O ministro afirmou que 90% dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico (FNDTC) seguem bloqueados pelo governo
O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, afirmou nesta quarta-feira (24) que 90% dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico (FNDTC) permanecem contingenciados pelo governo mesmo com a pandemia do novo coronavírus. “Temos necessidade de ter liberação maior”, disse, na comissão externa da Câmara dos Deputados que trata das ações de combate à Covid-19.
Segundo Marcos Pontes, o Brasil tem cientistas de categoria internacional e capacidade de pesquisa para vencer o coronavírus, mas são necessários mais recursos e estabilidade de orçamento. O ministério tem tido o orçamento reduzido desde 2013, o que prejudica o trabalho, disse. Na visão dele, a liberação de recursos do FNDTC – fundo formado pela arrecadação de impostos de empresas – poderia resolver o problema.
“Todos os ministérios sofrem com a falta de recursos, mas o investimento em ciência e tecnologia é essencial para o desenvolvimento do país e pode ser solução para a crise”, destacou o ministro, citando Israel, que tem 4% do PIB aplicado no setor. “O Brasil precisa seguir essa linha.”
Presidente da comissão, o deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ) defendeu a formulação de projeto de lei para liberar os recursos do fundo, retirando-o do caixa da União.
A relatora do colegiado, deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), acrescentou que o Orçamento de 2021 deve garantir orçamento adequado para a ciência e tecnologia. “Sempre se corta lá, como se fosse ministério desnecessário, e a pandemia mostrou como é necessário”, disse.
Remédios e vacina contra a Covid-19
Pontes explicou aos parlamentares as ações que estão sendo promovidas pela pasta durante a pandemia. Ele informou, por exemplo, que o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, vinculado ao ministério, identificou cinco remédios com potencial para combater a replicação do novo coronavírus, entre eles a nitazoxanida (Annita), que reduziu em 94% a carga viral em células infectadas “in vitro”.
Agora 500 pacientes voluntários, com pneumonia, tosse seca e febre, receberão o fármaco para os testes clínicos. Mas, segundo ele, há dificuldade para conseguir voluntários – por enquanto, há 230.
O ministro também falou sobre os estudos envolvendo os medicamentos ivermectina e hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19. Ele afirmou que já foi aprovado o início dos testes clínicos com as duas substâncias, mas que ele está “focando esforços” na nitazoxanida (Anitta).
Pontes ainda lembrou do início dos testes em voluntários brasileiros da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, contra a Covid-19, que teve início no último fim de semana na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Segundo ele, 2 mil participantes vão ser vacinados inicialmente. A vacina inglesa é a que está em estágio de desenvolvimento mais avançado no mundo.
O ministro salientou que o Brasil participa, juntamente com 44 países, de programa acelerador de vacinas coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo ele, essa participação é importante para que o país possa participar dos resultados que vierem a ser obtidos por quaisquer desses países.
*Com Agência Câmara
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