Marta Suplicy justifica falta de diversidade no governo Temer

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/07/2016 18h20
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Waldemir Barreto/Agência Senado Ex-prefeita se filiou ao Solidariedade na expectativa de ser vice em uma chapa do PT encabeçada por Fernando Haddad

A senadora e pré-candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PMDB), afirmou que a falta de diversidade no gabinete ministerial do presidente em exercício, Michel Temer, à primeira vista é “um horror”, mas quando se analisa melhor a situação, vê-se que ele não tinha muita escolha. “Quando um presidente é eleito para um mandato de quatro anos, ele faz acordos, mas também escolhe quem ele quer para o ministério, chama um técnico, alguém da sociedade civil. A situação do Temer é diferente, pois ele precisava fazer uma composição partidária, para conseguir ter união, passar leis necessárias, resolver o legado do governo Dilma, que deixou um verdadeiro caos na economia”, comentou em entrevista para o programa Entre Nós, da TV Estadão.

Marta diz ainda que foi bom ter alguém com o perfil de Temer para assumir o governo após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, já que poucos políticos têm a sua capacidade de aglutinar o Congresso e passar projetos difíceis que precisam ser aprovados para ajustar a economia.

“O Temer aceitou indicações partidárias, e agora a cada hora tem de tirar um ministro (envolvido em escândalos de corrupção), mas com isso já passamos várias leis que com Dilma eram impossíveis”. Segundo a senadora, no governo Dilma o País estava paralisado, sem conseguir encaminhar nenhum projeto.

Defensora do impeachment, Marta afirmou que há base legal para a saída de Dilma, mas ressalta que a presidente afastada também caiu por erros políticos. “Ela caiu pela questão jurídica, que existe mesmo, mas se tivesse sido uma ótima administradora, isso não estaria nem em pauta. O impeachment tem como base principal a questão política, a dificuldade dela de dirigir o País”.

Questionada sobre sua saída do PT e ida para o PMDB, Marta afirmou que escolheu o novo partido porque sentiu que lá teria espaço para defender seus ideais. “No PMDB tem gente mais conservadora, mas também tem gente de vanguarda, tem muita liberdade de pensamento.”

Além disso, ela citou os escândalos de corrupção envolvendo a antiga legenda. “Todos os partidos têm comprometimentos, mas no PT era recurso público na veia, de forma organizada, sistemática, um modelo de manutenção no poder. O PMDB tem gente investigada, como tem no PSDB, no PSB, todos têm, mas não tem uma organização criminosa dentro, e isso é um diferencial.”

São Paulo 

Na entrevista, Marta fez um retrospecto de sua administração como prefeita de São Paulo, entre 2001 e 2004. Ela disse que criou “várias polêmicas”, porque fazia o que achava que tinha de ser feito, mas reconheceu que lhe faltou sensibilidade em alguns temas.

“Era uma época muito difícil, com desemprego e violência na cidade. Eu propus a taxa do lixo, que era de apenas R$ 6, valia a pena do ponto de vista de custo-benefício, mas eu não tive sensibilidade de perceber que a população não queria aceitar mais um ônus financeiro em um momento difícil”, comentou.

A pré-candidata ainda reprovou o excesso de radares de trânsito implementados na administração de Fernando Haddad (PT). Segundo ela, existe uma “indústria da multa” que arrecada mais de R$ 1 bilhão por ano. “Agora o guarda municipal, que deveria estar nas portas das escolas, pode te multar de cima de uma ponte, com um radar manual”, criticou.

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