“Materialização do crime está mais que caracterizada”, diz líder do PSDB no Senado sobre “pedalada fiscal”
Nesta terça-feira (14), o PSDB pediu ao jurista Miguel Reale Júnior que elaborasse uma ação penal contra a presidente Dilma Rousseff por descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, em 2014. Se for julgada pelo Senado, a presidente poderia sofrer impeachment – 63% dos presentes nos atos de domingo em São Paulo apoiam a abertura de processo contra Dilma.
Em entrevista a Jovem Pan, o líder do PSDB no Senado, senador Cássio Cunha Lima disse que praticando este crime, “a presidente da República pode sofrer um impeachment” e que o partido analisará de modo mais profundo para abrir uma ação penal.
“O Governo da presidente, governo do PT, tomou dinheiro emprestado na Caixa Econômica Federal para pagar benefícios do Bolsa Família, abono salarial e outros e simplesmente deu o calote na Caixa para não contabilizar esses recursos e não agravar ainda mais a situação fiscal do país. Ou seja, não colocou na escrita pública a movimentação financeira que foi feita de forma ilegal, o que caracteriza um crime de responsabilidade [fiscal]”, explicou o líder do PSDB no Senado sobre o que ficou conhecido como “pedalada fiscal”.
Para o senador a “materialização do crime está mais que caracterizada” e o PSDB aguarda apenas o parecer do jurista Miguel reale Júnior para entrar com uma ação penal,.
Sobre as manifestações contra o Governo de Dilma, Cássio Cunha Lima destacou que seu partido “tem que estar nas ruas” e “sintonizado” com o desejo de mudança expresso pela população, “que não aguenta mais tanta roubalheira, corrupção e incompetência”. Ele destacou ainda a importância da representatividade política: “no movimento de domingo [12 de abril] ficou claro o foco do impeachment, e isso só se faz através dos partidos políticos. Vivemos uma democracia representativa”.
Ele ainda alegou que a diminuição no número de manifestantes em relação aos protestos do dia 15 de março não se deu devido à ausência de líderes políticos e ressaltou que “os que deixaram de ir neste domingo [12], não mudaram de opinião [em relação ao Governo]”.
“Como disse o presidente [à época] Fernando Henrique Cardoso, não se pode instrumentalizar movimentos apartidários, mas precisa estar sintonizado com desejo de mudança”. finalizou.
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