MEC concorda em liberar primeira parcela para a restauração do Museu Nacional
O valor dessa primeira parcelada deve ser de R$ 70 mil, de acordo com o diretor do museu, Alexander Kellner
O Ministério da Educação concordou, neste sábado (8), em liberar a primeira parcela dos R$ 908 mil necessários para a restauração da fachada e dos telhados permanentes do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. O valor dessa primeira parcelada deve ser de R$ 70 mil.
“Tivemos ontem uma reunião muito proveitosa com o MEC, que foi extremamente sensível diante de todas as dificuldades e nos deu essa grata notícia”, afirmou o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner. Ele participou de evento na Quinta da Boa Vista, para celebrar os 201 anos do museu.
Em 2 de setembro do ano passado, um incêndio atingiu o Museu Nacional, o mais antigo centro de ciência do país.
Com apoio do Serviço Social do Comércio (Sesc), uma estrutura foi montada em frente ao edifício incendiado. Pesquisadores distribuídos em diversos estandes devem apresentar neste domingo (9) estudos e peças do acervo que não foram atingidas.
Segundo Kellner, um projeto executivo vai indicar o valor total das obras da fachada. “Ele será feito em etapas. Quando a empresa contratada entregar uma parte, nós já poderemos começar os trabalhos aplicando os recursos da emenda parlamentar impositiva destinada ao Museu Nacional. Precisamos do primeiro repasse dessa emenda que gira em torno de R$ 12 milhões. Queremos o quanto antes porque já temos projetos”, acrescentou.
A emenda parlamentar impositiva para as obras de reconstrução, somando R$ 55 milhões, foi assegurada pela bancada de deputados federais do Rio de Janeiro. Esse foi o montante estimado pela diretoria do Museu Nacional para iniciar a primeira fase, que inclui a parte mais histórica, incluindo a fachada, a sala do trono e outros ambientes.
No entanto, houve contingenciamento de todas as emendas impositivas. No caso do Museu Nacional, os recursos foram reduzidos para R$ 43,1 milhões.
“Minha preocupação maior é que libere o primeiro repasse de R$ 12 milhões para que possamos começar a trabalhar. Depois, discutimos o restante. Nesse momento precisamos é que nos ajudem a começar”, disse.
Na semana passada, o MEC divulgou nota informando que aguardava o plano de trabalho para o início das obras a ser apresentado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), responsável pelo Museu Nacional. “O valor disponibilizado só será liberado após a conclusão e aprovação do plano”, informou o MEC.
Doações internacionais
Ainda neste sábado, durante a celebração dos 201 anos do Museu Nacional, o cônsul-geral da Alemanha no Rio de Janeiro, Klaus Zillikens, anunciou o aporte de 145 mil euros. Esses recursos serão empregados para recuperação da parte elétrica do edifício.
“Temos sérios problemas do dia a dia. Às vezes, não consigo trocar uma lâmpada porque a verba que era destinada a isso vinha da bilheteria que não existe mais. Para suprir parte dessas demandas estamos pedindo doações por meio da campanha SOS Museu Nacional. E também doações aos governos. A Alemanha tem sido uma grande parceira”, explicou o diretor do museu.
O governo alemão já havia disponibilizado em dezembro do ano passado 180 mil euros para a aquisição de equipamentos necessários para o resgate do acervo. “Estamos estudando a possibilidade de conceder bolsas de estudos para a continuidade das pesquisas”, explicou o cônsul-geral.
Apesar de promessas de outros países, até o momento, apenas a Alemanha garantiu aporte financeiro para a recuperação do Museu Nacional.
No último dia 6, o presidente do Museu do Louvre, na França, Jean-Luc Martinez, prometeu emprestar algumas de suas peças para o Meu Nacional. A informação foi dada por Kellner, após uma reunião com o francês. “Ele se interessou muito pela situação do museu e prometeu, inclusive, nos fazer uma visita no ano que vem. Ele está muito interessado em saber como anda a reconstrução do Museu Nacional”, contou Kellner na ocasião. “E uma vez que a gente estiver pronto, ele já acenou para a possibilidade de um empréstimo de material do Louvre por longo termo. Estamos muito animados com isso”, afirmou.
*Com informações da Agência Brasil
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