Medo de contaminação por coronavírus faz movimento em bares e restaurantes cair
O serviço de entrega, no entanto, registrou aumento
O medo de contaminação pelo novo coronavírus já está afetando o movimento de bares e restaurantes no país. E os pedidos de refeições para serem entregues nas residências, por meio do serviço de delivery, estão aumentando.
Em meio a esse cenário, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) desenvolveu o selo Restaurante Responsável, que identifica estabelecimentos que aderiram às medidas preventivas de combate ao vírus transmissor da doença Covid-19.
“O setor de alimentação fora do lar já começou a ser impactado pelos efeitos da disseminação do coronavírus, mas a média do Brasil ainda não chega a 15% de queda”, afirmou o presidente da Abrasel, Paulo Solmuccci.
Ele ressalta que esse número varia de cada localidade, e que estabelecimentos de shopping centers têm apresentado uma queda maior.
“Entendemos que a queda de faturamento acontecerá, e acreditamos que vai se estabilizar em torno de 30%”, acrescentou.
Na avaliação de Solmuccci, a queda que já está contabilizada pelo setor está ocorrendo de forma espontânea pela própria população, como forma de se precaver da doença. “Isso mostra a consciência da população brasileira”, disse.
Boas práticas
“O setor de bares e restaurantes sempre esteve bem preparado para lidar com questões de bactérias e vírus. Isso é uma coisa comum do nosso dia a dia, que chamamos de boas práticas de manipulação de alimentos”, explica Solmucci.
A fim de dar segurança aos frequentadores desses tipos de estabelecimentos, a Abrasel tem desenvolvido uma série de ações visando dar, a seus associados, informações sobre as “melhores práticas do mundo”, bem como medidas relacionadas ao enfrentamento do novo vírus.
“Boas práticas certamente darão uma segurança enorme a nossos clientes”, explica o dirigente da Abrasel. “A mais importante é a redução do número de mesas, para assegurar que a distância entre cadeiras ocupadas seja de, no mínimo, um metro; ou de, pelo menos, dois metros entre as mesas, sem [considerar] as cadeiras”, acrescentou.
Escalonamento do horário
Segundo Solmucci, a redução na oferta de assentos poderá ser compensada com o escalonamento dos horários de almoço. “Já estamos conversando com governos e grandes empresas sobre essa questão”, disse.
“Em vez de as empresas liberarem todos seus funcionários em um mesmo horário, ao meio-dia, teríamos três turnos de almoço, às 11h30; às 12h15; e a partir de 13h. Com isso, o setor, mesmo reduzindo sua oferta, garantirá a capacidade de atender a todos que estão buscando se alimentar”, argumenta o presidente da associação.
Selo, guia e cartilha
Uma outra medida que está sendo implementada por algumas de suas associadas é a criação do selo Restaurante Responsável. De acordo com a Abrasel, esse selo foi desenvolvido no Paraná, mas já está sendo replicado em Goiás, Ceará, Rondônia e no Distrito Federal. Piauí e Minas Gerais estão em vias de produzi-lo. A Abrasel informou que está instruindo toda sua base a fazer o mesmo.
Com o selo Restaurante Responsável, o consumidor terá, na fachada dos estabelecimentos, a identificação daqueles que, segundo a entidade, aderiram às medidas preventivas de combate ao novo coronavírus.
Além do selo, os clientes poderão encontrar, no interior de alguns bares e restaurantes, um guia prático e instrutivo com explicações sobre o novo coronavírus, as formas de contaminação, boas práticas de segurança de alimentos, higienização e outros alertas preventivos contra outros vírus.
Aos funcionários de bares e restaurantes serão disponibilizadas cartilhas com orientações sobre cuidados e precauções de higiene e condutas de relacionamento, além de informações sobre a doença, sintomas e diretrizes a serem seguidas visando a segurança dos clientes.
*Com informações da Agência Brasil
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