Medo de greve levou Bolsonaro a suspender reajuste no preço do diesel
Com medo de uma possível greve dos caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro resolveu atender aos pedidos da categoria e suspender temporariamente o reajuste no preço do diesel. Nos dias que antecederam a decisão, o núcleo de governo recebeu relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que indicavam “preocupação” com uma possível greve. O governo concluiu que a possível greve traria mais problemas políticos do que uma intervenção no preço do diesel.
De acordo com um dos líderes dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, Bolsonaro está ao lado da categoria. Assim que o aumento foi anunciado, ele conversou por telefone com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que informou que a queixa seria levada ao presidente.
À Casa Civil, o líder dos caminhoneiros pediu o cumprimento do piso mínimo de frete, da jornada de trabalho e do fornecimento de pontos de parada adequados e também uma mudança na política de preços da Petrobras. Wallace Landim elogiou a iniciativa do governo de criar o cartão-caminhoneiro, há cerca de duas semanas, mas disse que isso “não resolve o problema 100%”.
Além de recuar em relação ao aumento de 5,7% no preço do diesel, o Planalto e o Ministério de Minas e Energia estudam atender aos outros pedidos.
Na segunda-feira (15), Bolsonaro vai se reunir com ministros e representantes da área técnica para discutir as demandas dos caminhoneiros. O governo estuda apresentar à Petrobras uma proposta para ampliar a rede de decisão do aumento de preços de combustíveis. Hoje, o gerente executivo de comercialização da Petrobras tem autonomia para definir reajustes de até 7%.
Em maio do ano passado, os caminhoneiros organizaram uma greve que causou transtornos ao país. Uma das demandas dos grevistas era a redução do preço do diesel.
*Com informações da Agência Estado
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.