Meirelles: RJ recebe “ajuda extensa” de quase R$ 9 bi que pode ser investida em segurança

José Cruz/Agência Brasil O ministro disse ainda que o Estado recebe recursos e a ajuda é extensa: “se somarmos questão dos empréstimos e não pagamento da dívida, já gera cerca de R$ 9 bilhões”

Com um mês de intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, há a se discutir sobre os recursos necessários para a manutenção da intervenção até o dia 31 de dezembro deste ano, data em que foi marcado o final do decreto no Estado.

Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ressaltou que a intervenção é administrativa e que o problema da segurança vai além do decreto assinado pelo presidente Michel Temer. O ministro disse ainda que o Estado recebe recursos e a ajuda é extensa: “se somarmos questão dos empréstimos e não pagamento da dívida, já gera cerca de R$ 9 bilhões”.

“Foi aprovado pelo Congresso nacional uma lei que dá condições de fazer essa ajuda, foi assinado um plano de recuperação fiscal e já está em andamento. Dentro deste plano, o Rio já recebeu empréstimo com aval do Tesouro Nacional de cerca de R$ 2,8 bilhões. E isso vai permitir que o Rio de Janeiro pague forças de segurança, reequipe a polícia. Além do mais, já existe outra operação em andamento, também viabilizada por ato do presidente Michel Temer, de que o Rio possa adiantar recursos provenientes de petróleo. Com isso, o Rio de Janeiro vai receber algo em torno de R$ 2 bilhões. Só isso dá algo em torno de R$ 5 bilhões ao Estado, que pode ser investido boa parte disso nas forças de segurança e nas forças que estão trabalhando sob supervisão do general Braga Netto”, explicou.

Somado aos cerca de R$ 5 bilhões apresentados pelo ministro ainda está o montante com o qual o Estado do RJ economiza por ter firmado o plano de recuperação fiscal. “Dentro deste acordo, o Rio deixou de pagar por três anos toda a dívida com o Governo Federal, o que totaliza cerca de R$ 4 bilhões por ano mais ou menos”, afirmou Meirelles.

Além destes valores, o ministro da Fazenda, que ainda não foi acionado por cobranças para liberação de recursos para a intervenção, ressaltou que falta a definição sobre o uso de tropas federais no Estado. “Essas tropas poderão custar recursos adicionais e, estes sim, deverão ser objeto de pedido específico até das Forças Armadas, caso seja necessário um complemento daquilo que já foi feito”, disse o chefe do Ministério da Fazenda. “Principalmente do que forem despesas diretas de forças federais no Rio de Janeiro”, completou.

Para Meirelles, eventuais demandas para a intervenção deverão ser menores para pagamento de tropas federais que sejam necessárias no Estado. “Grande volume de recursos é a polícia do RJ, toda a força de segurança, equipamentos, que totalizam quase R$ 9 bilhões”.