Mesmo após revogação, PP quer aprovar suspensão temporária e expulsão de Maranhão

  • Por Estadão Conteúdo
  • 10/05/2016 09h45
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Antonio Augusto/Câmara dos Deputados Waldir Maranhão (PP-MA)

A Executiva Nacional do PP pretende manter a decisão de aprovar, na tarde desta terça-feira (10), a suspensão cautelar (temporária) do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), mesmo após o deputado ter revogado ato em que anulou a sessão na qual a Câmara aprovou o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Da mesma forma, a bancada da legenda na Câmara também não deve voltar atrás da decisão de fechar questão a favor da expulsão definitiva do parlamentar maranhense. De acordo com o líder do partido na Casa, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), a reunião em que a questão será definida está mantida para às 10 horas desta terça-feira (10).

Depois das reações contrárias a ele, anunciadas ao longo desta segunda-feira (9), Waldir Maranhão decidiu revogar, no início da madrugada, o ato assinado por ele próprio na manhã anterior, no qual tinha anulado a sessão do impeachment na Casa. No ato de revogação, ele não apresentou nenhuma justificativa para a decisão. 

Deputados da cúpula do PP ouvidos pelo Broadcast Político classificaram a atitude do parlamentar como “palhaçada” e dizem que, mesmo com a revogação, a permanência dele no partido se tornou insustentável. Segundo parlamentares, o presidente interino tentou procurar, ontem, a cúpula da sigla para pedir que seu processo de expulsão fosse interrompido, sem sucesso

O pedido de afastamento cautelar foi solicitado, junto com o pedido de expulsão definitiva, pelo deputado Júlio Lopes (PP-RJ), após o maranhense acatar recurso da Advocacia-Geral da União (AGU). 

No pedido, Lopes solicita a expulsão definitiva de Maranhão usando como argumento o fato de ele ter votado contra o impeachment de Dilma na Câmara, contrariando decisão interna do partido. O PP tinha fechado questão a favor do impedimento da petista, o que permite punição para os parlamentares dissidentes. 

O parlamentar fluminense pede que, enquanto o processo de expulsão não é analisado, a Executiva Nacional suspenda Maranhão do partido. O pedido cautelar foi uma saída encontrada pelos deputados do PP para afastar o presidente interino da Câmara da sigla mais rapidamente, uma vez que a expulsão definitiva levará tempo maior.

O poítico já havia sido destituído da presidência do diretório regional do PP em seu estado. No lugar dele, o presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), nomeou presidente o deputado federal André Fufuca, que se filou à legenda recentemente, após deixar o PEN.

Cargo

Logo após a suspensão cautelar, a cúpula do PP pretende pedir a perda imediata do cargo dele de 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados. Na interpretação de parlamentares do partido, embora Maranhão tenha sido eleito para o cargo, o posto pertence ao partido. A decisão, contudo, poderá ser contestada.

Segundo o 1º secretário da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), o pedido de perda do cargo só caberia se o presidente interino tivesse deixado o partido por vontade própria. Além disso, na Casa já há precedentes: o deputado Felipe Bornier (RJ) continuou como 2º secretário mesmo após migrar do PSD para o PROS por vontade própria.

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