Michel Temer e filha viram réus da Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 02/04/2019 16h15 - Atualizado em 02/04/2019 16h17
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Marcos Corrêa/PR O ex-presidente Michel Temer e sua filha Maristela Temer viraram réus da operação Lava Jato

O ex-presidente Michel Temer e sua filha Maristela Temer, investigados pela força-tarefa da Lava Jato, viraram réus nesta terça-feira (2). O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, aceitou duas denúncias contra eles e outros 12 investigados por desvios na Eletronuclear, entre eles o ex-ministro Moreira Franco e o coronel reformado João Baptista Lima Filho.

A denúncia apresentada contra Maristela Temer diz respeito à reforma da casa da filha do ex-presidente, supostamente bancada pelo coronel Lima e sua mulher, Maria Rita Fratezi.

Temer, Moreira Franco, coronel Lima e outros cinco investigados foram presos preventivamente pela Polícia Federal no dia 21 de março, mas soltos no dia 25. Nesta segunda-feira (1º), o Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) que eles voltassem à prisão.

Veja abaixo quem são os réus:

Michel Temer
Moreira Franco
Coronel Lima
Othon Luiz Pinheiro da Silva
Maria Rita Fratezi
José Antunes Sobrinho
Carlos Alberto Costa
Carlos Alberto Costa Filho
Vanderlei de Natale
Carlos Alberto Montenegro Gallo
Carlos Jorge Zimmermann
Ana Cristina da Silva Toniolo
Ana Luiza Barbosa da Silva Bolognanni
Rodrigo Castro Alves Neves

Reforma

A reforma na casa da filha do ex-presidente já era alvo da Polícia Federal no âmbito do inquérito dos Portos, quando as investigações deram conta de que valores em espécie teriam bancado as obras. Os valores teriam sido pagos pela mulher do coronel Lima, Maria Rita Fratezi, segundo testemunhas.

O engenheiro contratado para tocar a reforma, Luís Eduardo Visani, chegou a afirmar à Polícia Federal que recebeu seus pagamentos em dinheiro vivo. “Que os pagamentos, de fato, totalizaram aproximadamente R$ 950 mil, conforme cópia de recibos apresentados, os quais foram recebidos em parcelas diretamente no caixa da empresa Argeplan”, consta em seu termo de depoimento.

Maristela chegou a prestar depoimento no âmbito da Operação Skala, que mirava aliados de Temer. Quando Temer foi indiciado, a Polícia Federal afirmou que as obras na casa de Maristela Temer, em São Paulo, ocorreram entre 2013 e 2015. A reforma foi avaliada entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões.

Segundo a PF, coronel Lima “colocou toda a estrutura da empresa Argeplan à disposição do serviço, encarregando Maria Rita Fratezi, sua esposa, de aquisição de parte do material e fornecedores”.

“Não há dúvidas que a reforma custou entre 1,5 e 2 milhões de reais, contrapondo-se às informações prestadas por Maristela Temer, a qual afirmou ter gastado apenas cerca de 700 mil reais na reforma, sem também apresentar qualquer comprovante de tais pagamentos ou ressarcimentos para Maria Rita Fratezi”, relatou a PF ao indiciar Temer, em 2018.

*Com Estadão Conteúdo

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