Militares encaram missão de combater chamas no coração da Amazônia

Chuvas torrenciais estão ajudando a apagar os focos de incêndio na Amazônia

  • Por Jovem Pan
  • 07/09/2019 09h57
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EFE/ Fernando Bizerra Jr Militares estão ajudando no combate às chamas na Amazônia

Cerca de 31 mil focos de incêndio atingiram a Amazônia em agosto, causando comoção mundial, e parte deles ainda está ativa, mas as dimensões continentais da floresta complicam para os militares designados para o combate às chamas a tarefa de localizá-las e combatê-las.

Integrantes do 54º Batalhão de Infantaria de Selva do Exército chegaram nesta semana à remota e isolada cidade de Apuí, no sul do estado do Amazonas, com o objetivo de acabar com os incêndios no quinto município mais afetado por essa catástrofe ambiental no Brasil.

Os militares percorreram parte da rodovia Transamazônica e entraram em caminhos sinuosos para buscar focos de incêndio. As chuvas torrenciais que caíram na região nas últimas horas, apesar de em pleno período de seca, ajudaram a apagar as chamas.

O fogo, no entanto, pode voltar a qualquer instante, e, por isso, parte do batalhão permanece acampada nas cidades de Humaitá e Apuí “para atender qualquer necessidade em todo o sul do Amazonas” e “combater os incêndios sempre que houver”, segundo o coronel Reinaldo Silva.

Apesar do forte aumento dos focos de queimadas no Brasil, na floresta amazônica não se forma “uma grande linha de fogo”, ao contrário do que ocorre nos incêndios florestais da Europa, e as chamas se concentram em diversos pontos isolados, de acordo com o diretor-executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), André Guimarães.

O fogo, que dificilmente é provocado por causas naturais nesta úmida região, é usado na época de seca para preparar o solo para plantio ou para a abertura de novas áreas de pastagens, mas dificilmente invade a maior floresta tropical do planeta.

“Na Europa, o fogo não é contido porque as espécies de árvores têm resina, o que representa mais combustível. As espécies da Amazônia, no entanto, não têm tanta resina, e há muita mais umidade. Por isso, sempre nos referimos a focos de incêndio”, argumentou Guimarães.

“A soma desses focos representa um problema, mas não existe uma grande linha de fogo. Quando as chamas chegam à floresta, o fogo para”, acrescentou.

As queimadas para o preparo de áreas de plantio na Amazônia são comuns e permitidas sob algumas leis, mas agora a prática está suspensa por um período de dois meses. Por outro lado, segundo Guimarães, 40% do uso de fogo para estes fins na região amazônica é ilegal e usado por grileiros.

*Com EFE

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