Militares presos por matar músico serão ouvidos pela Justiça nesta quarta-feira
Os dez militares presos por matar o músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, serão ouvidos nesta quarta-feira (10) pela Justiça Militar. Segundo o Comando Militar do Leste (CML), a audiência está marcada para começar as 14 horas e vai decidir se os militares continuarão presos ou se vão responder ao processo em liberdade.
No último domingo (7), uma guarnição do Exército atirou 80 vezes contra o carro em que estavam Evaldo e mais quatro pessoas da família dele, entre eles seu filho, de 7 anos. O sogro de Evaldo, Sérgio Araújo, e um pedestre, que tentou ajudar a família durante o tiroteio, ficaram feridos.
Inicialmente, o CML disse que os agentes responderam a “injusta agressão”. De acordo com a nota, divulgada ainda no domingo, os militares foram alvejados por assaltantes que agiam no local e que eles reagiram à agressão. Nesse primeiro texto, o CML informou ainda que Evaldo e seu sogro eram assaltantes.
No dia seguinte, depois de tomar o depoimento dos militares envolvidos, o Exército constatou inconsistências nos fatos retratados pelos militares. Dez dos doze agentes ouvidos após a ação foram presos.
Sepultamento
O corpo de Evaldo dos Santos Rosa foi sepultado nesta quarta-feira (10) no cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio. Em coro, os presentes cantaram os versos “quero chorar o seu choro, quero sorrir seu sorriso, valeu por existir”, em homenagem ao músico e gritaram por “justiça”.
Luciana Nogueira, 41, viúva de Evaldo e que também estava no carro no domingo, transformou o choro incontido em gritos de protesto. “Eu quero justiça! Meu filho de sete anos não para de pedir ‘eu quero meu pai, eu quero meu pai’”, bradava.
A ONG Rio de Paz distribuiu 80 pequenas bandeiras do Brasil perfuradas e manchadas de vermelho, para representar o total de disparos que a perícia apontou terem sido disparados.
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