Militares presos por matar músico serão ouvidos pela Justiça nesta quarta-feira

  • Por Jovem Pan
  • 10/04/2019 12h23 - Atualizado em 10/04/2019 12h24
Reprodução O músico Evaldo dos Santos Rosa foi fuzilado, com 80 tiros, por militares no último domingo (7), no Rio de Janeiro O músico Evaldo dos Santos Rosa foi fuzilado, com 80 tiros, por militares no último domingo (7), no Rio de Janeiro

Os dez militares presos por matar o músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, serão ouvidos nesta quarta-feira (10) pela Justiça Militar. Segundo o Comando Militar do Leste (CML), a audiência está marcada para começar as 14 horas e vai decidir se os militares continuarão presos ou se vão responder ao processo em liberdade.

No último domingo (7), uma guarnição do Exército atirou 80 vezes contra o carro em que estavam Evaldo e mais quatro pessoas da família dele, entre eles seu filho, de 7 anos. O sogro de Evaldo, Sérgio Araújo, e um pedestre, que tentou ajudar a família durante o tiroteio, ficaram feridos.

Inicialmente, o CML disse que os agentes responderam a “injusta agressão”. De acordo com a nota, divulgada ainda no domingo, os militares foram alvejados por assaltantes que agiam no local e que eles reagiram à agressão. Nesse primeiro texto, o CML informou ainda que Evaldo e seu sogro eram assaltantes.

No dia seguinte, depois de tomar o depoimento dos militares envolvidos, o Exército constatou inconsistências nos fatos retratados pelos militares. Dez dos doze agentes ouvidos após a ação foram presos.

Amigos e familiares no sepultamento do músico Evaldo Rosa dos Santos nesta quarta-feira, 10, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na zona norte do Rio de Janeiro. Evaldo Rosa dos Santos, de 51 anos, teve seu carro fuzilado por militares do Exército, no último domingo, em Guadalupe, na Zona Norte da cidade

Amigos e familiares no sepultamento do músico Evaldo Rosa dos Santos nesta quarta-feira, 10, no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na zona norte do Rio de Janeiro.

Sepultamento

O corpo de Evaldo dos Santos Rosa foi sepultado nesta quarta-feira (10) no cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte do Rio. Em coro, os presentes cantaram os versos “quero chorar o seu choro, quero sorrir seu sorriso, valeu por existir”, em homenagem ao músico e gritaram por “justiça”.

Luciana Nogueira, 41, viúva de Evaldo e que também estava no carro no domingo, transformou o choro incontido em gritos de protesto. “Eu quero justiça! Meu filho de sete anos não para de pedir ‘eu quero meu pai, eu quero meu pai’”, bradava.

A ONG Rio de Paz distribuiu 80 pequenas bandeiras do Brasil perfuradas e manchadas de vermelho, para representar o total de disparos que a perícia apontou terem sido disparados.

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