Ministério da Agricultura divulga manual para controle de nuvem de gafanhotos

De acordo com o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, a praga permanece em solo argentino

  • Por Jovem Pan
  • 26/06/2020 17h49 - Atualizado em 26/06/2020 17h56
Senasa Argentina / Reprodução Imagem de reprodução do voo dos insetos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou nesta quinta-feira (25) um manual para controle da nuvem de gafanhotos que se aproxima do Brasil. De acordo com a Pasta, a praga não entrou no Brasil, mas a emergência fitossanitária segue vigente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

“O trabalho do Mapa segue em ritmo de alerta em conjunto com as equipes técnicas das Superintendências Federais de Agricultura e dos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, além de unidades federais de vigilância agropecuária localizadas na fronteira com o Rio Grande do Sul”, informou a pasta, por meio de nota.

Segundo o Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, o manual técnico tem orientações sobre as ações de controle da praga adaptado às condições do Brasil, com base em dados científicos, com a devida capacitação dos agentes envolvidos num eventual surto da praga no país.

Segundo o manual, essa espécie de gafanhotos que foi vista, inicialmente, no Paraguai podem formar “densas ‘nuvens’ migratórias. As asas são rendadas e a coloração geral envolve diversos tons de marrom”. Entre as orientações, o Mapa solicita o monitoramento dos ovos desses animais, depositados no solo. “Um gafanhoto adulto pode fazer a postura mais de uma vez, entre 80 e 120 ovos por postura aproximadamente”, diz o documento.

“O monitoramento deve ser realizado em locais onde foram registrados gafanhotos com ovos. Observe se existem buracos no chão e confirme a presença de ovos (atenção: às vezes há indícios de que houve a postura, contudo, os ovos podem não ter sido depositados)”, diz o manual.

De acordo com o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, a nuvem de gafanhotos permanece em solo argentino. “Devido às baixas temperaturas, estimamos que a praga não se moveu por longas distâncias, e permanece entre Sauce e Corrientes”. Um monitoramento climático feito por especialistas da Argentina aponta que o fenômeno deve seguir em direção ao Uruguai.

Tratamento preventivo

O Mapa orienta ainda a aplicação de inseticidas, autorizados pela Pasta, em faixas de 30 metros no solo. “Devido à mobilidade de praga é possível realizar aplicações com inseticidas em faixas, pois assim se reduzirá consideravelmente a superfície a ser tratada, diminuindo o impacto ambiental e financeiro, além da otimização do tempo”.

No caso da nuvem de gafanhotos, a orientação é para que a aplicação do inseticida aconteça de forma aérea e “com a nuvem de gafanhotos espacialmente localizada”. Estima-se que a nuvem seja formada por cerca de 400 milhões de gafanhotos.

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