Ministério Público denuncia 36 da Operação Lava Jato, a maioria ligada a empreiteiras

  • Por Jovem Pan
  • 11/12/2014 16h26
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O procurador Delton Martinazzo Dallagnol durante entrevista coletiva em hotel de Curitiba Juca Varella/Folhapress Procurador Delton Martinazzo Dallagnol detalha funcionamento da corrupção na Petrobras

O Ministério Público Federal apresentou nesta quinta-feira (11) denúncia contra 36 pessoas envolvidas (veja a lista ao final do texto) no escândalo da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. Os procuradores fizeram questão de enfatizar que as investigações continuam.

Das 36 pessoas, 23* fazem parte de grandes empresas do Brasil: OAS, Camargo Corrêa, UTC, Engevix, Mendes Júnior e Galvão Engenharia.

São 50 denúncias, mas apenas 35 pessoas, uma vez que algumas pessoas receberam mais de uma acusação, como o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Foram identificados 175 atos de corrupção e 105 atos de lavagem de dinheiro.

O Ministério Público procura agora o ressarcimento de “no mínimo” R$1 bilhão desviados – estão tentando o ressarcimento.

O procurador da República, Deltan Dallagnol explicou detalhadamente o funcionamento do escândalo de corrupção. Depois, em breve fala, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot disse: “essas pessoas na verdade roubaram o orgulho dos brasileiros”.

O esquema de corrupção

Deltan detalhou como funcionava o esquema de cartel em um “ambiente fraudado em que existiam cartas marcadas”.

Além disso, as empresas pagaram propinas a agentes públicos. A corrupção se dava também por meio de “aditivos a preços excessivos e desnecessários” aos contratos com a Petrobras.

Foram identificados ainda contratos de fachada entre as empreiteiras e empresas de fachada controladas pelos operadores financeiros.

Operadores financeiros eram os intermediários entre as empreiteiras e os destinatários finais do dinheiro.

Algumas das formas de desvio era em espécie, com remessas para o exterior, ou em bens, como um veículo modelo Land Rover que Youssef doou para Paulo Roberto Costa.

Essa intermediação por meio de Youssef se dava ainda por empresas de fachada. O Ministério Público identificou que três delas não tinham nenhum empregado registrado. Em outras, os serviços nunca foram prestados.

As empreiteiras denunciadas nunca conseguiram comprovar o serviço prestado a essas empresas, que “existiam apenas no papel”.

Em certo momento da fala, Deltan disse que esse se trata de um “imenso e gigantesco esquema criminoso”.

Segundo o MPF, as denúncias se concentram nos contratos da diretoria de Abastecimento da Petrobras, que foram firmados entre 2004 e 2012.

  1. Alberto Youssef, doleiro
  2. Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras
  3. Waldomiro de Oliveira, dono da MO Consultoria
  4. Carlos Alberto Pereira da Costa, representante formal da GFD Investimentos;
  5. João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado,
  6. Enivaldo Quadrado, ex-dono da corretora Bônus Banval;
  7. Sérgio Cunha Mendes, diretor vice-presidente executivo da Mendes Júnior
  8. Rogério Cunha de Oliveira, diretor da área de óleo e gás da Mendes Júnior;
  9. Angelo Alves Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior;
  10. Alberto Elísio Vilaça Gomes;
  11. José Humberto Cruvinel Resende, da Mendes Júnior;
  12. Antonio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini, advogado;
  13. Mário Lúcio de Oliveira, diretor de uma agência de viagens que atuava na empresa GDF,
  14. Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da construtora UTC;
  15. João de Teive e Argollo; diretor de Novos Negócios na UTC;
  16. Sandra Raphael Guimarães;
  17. João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa;
  18. Dalton Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa;
  19. Eduardo Hermelino Leite, o “Leitoso”, vice-presidente da Camargo Corrêa;
  20. Mário Andrade Bonilho, sócio e administrador da empresa Sanko-Sider;
  21. Jayme Alves de Oliveira Filho;
  22. Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte;
  23. José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da construtora OAS;
  24. Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da área internacional da OAS;
  25. Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS em São Paulo;
  26. José Ricardo Nogueira Breghirolli;
  27. Fernando Augusto Stremel Andrade, funcionário da OAS;
  28. João Alberto Lazzari, representante da OAS;
  29. Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia;
  30. Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor-técnico da Engevix;
  31. Newton Prado Junior, diretor-técnico da Engevix;
  32. Luiz Roberto Pereira, ex-diretor da Engevix;
  33. Erton Medeiros Fonseca, diretor de negócios da Galvão Engenharia;
  34. Jean Alberto Luscher Castro, diretor presidente da Galvão Engenharia;
  35. Dario de Queiroz Galvão Filho, da Galvão Engenharia;
  36. Eduardo de Queiroz Galvão, da Galvão Engenharia.

*Os números foram corrigidos às 7h15 da manhã desta sexta (12), de acordo com retificação do Ministério Público

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