Ministro Blairo Maggi critica Fazenda e BC por juros inalterados para safra

  • Por Estadão Conteúdo
  • 01/05/2017 14h55
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Brasília - Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante anúncio da liberação de milho dos estoques governamentais para venda a criadores e agroindústrias de pequeno porte do Nordeste (Antonio Cruz/Agência Brasil) Antonio Cruz/Agência Brasil Blairo Maggi - Abr

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, voltou hoje a mostrar preocupação com as taxas de juros livres cobradas pelo governo para o crédito agrícola. Ele ainda a criticou a posição do Ministério da Fazenda e do Banco Central (BC) em manter os juros da safra 2016/2017, entre 9,5% e 12,75% ao ano, para o período seguinte, o 2017/2018, cujo plano será lançado até junho

“Discuti na semana passada do o ministro (Henrique) Meirelles e devemos buscar uma solução esta semana, mas a grande divergência que temos é taxa de juros que Fazenda quer cobrar e o BC acha que deve ser. Mas é muito diferente do que a Agricultura quer”, afirmou o ministro durante a abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). “Este ano, a permanecer a intenção da Fazenda, pensamos em juro real de 5% ao ano, coisa que agricultura e pecuária não suportam e tirará renda do produtor rural”, completou.

Assim como fez no sábado, na abertura da ExpoZebu, em Uberaba (SP), Maggi voltou mostrar preocupação com o problema Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) e relembrou que a decisão de março do Supremo Tribunal Federal (STF) trouxe dois impactos aos produtores: o retorno da cobrança do tributo sobre a receita bruta de agricultores e pecuaristas – uma alíquota de 2,3% para pessoa física e 2,6% para jurídica – e ainda a geração de um passivo estimado em R$ 10 bilhões do tributo não recolhido nos últimos cinco anos.

“Não temos que discutir a decisão, mas existem produtores que não pagaram o imposto ou por terem liminares, ou por não terem recolhido mesmo. Pode até ser verdade que defendemos os que não se precaveram, mas existe a preocupação com o produtor rural”, disse. “Não posso, como ministro da Agricultura, deixar que produtores quebrem e vão para a cidade e desperdicem o conhecimento”, completou.

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