Ministro da Cidadania minimiza extinção de pastas de Cultura e Esportes e defende ‘unificação’

  • Por Jovem Pan
  • 02/01/2019 14h32 - Atualizado em 02/01/2019 17h11
Fátima Meira/Estadão Conteúdo Cerimônia de posse de Osmar Terra aconteceu nesta quarta-feira

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, minimizou a extinção dos ministérios da Cultura, do Esporte e do Desenvolvimento – que foram incorporados pela nova pasta – durante o primeiro discurso após a posse, nesta quarta-feira (2). Ele defendeu que a “unificação” vai “ampliar” trabalhos que antes eram realizados de forma separada e também aproveitou para pedir ao governo um orçamento maior.

“Os ministérios se fundiram, não desapareceram. Estamos aqui para celebrar um ministério grande”, afirmou. Para ele, a pasta da Cidadania é um “monstro de grande” e pode ter atuação extraordinária. “Pode ser um grande instrumento de redenção da sociedade a um Brasil novo que espero que venha logo. A fusão dos ministérios não vai tirar a força que cada ministério tem. As estruturas básicas estamos mantendo”, complementou.

Fusão

O Ministério da Cidadania é uma pasta criada pelo novo governo e nasceu a partir da decisão do presidente Jair Bolsonaro de extinguir os ministérios do Esporte, Cultura e Desenvolvimento Social. A nova pasta ficará responsável por comandar estas áreas – que incluem programas sociais. Em discurso, Osmar Terra voltou a dizer que o Bolsa Família passará a realizar o pagamento de uma décima terceira parcela por ano.

“Temos que fazer avançar o que já foi feito na área do Bolsa Família. Vai ter um décimo terceiro. O presidente prometeu e vamos cumprir”, afirmou. Segundo o ministro, já há um estudo sobre quanto essa medida custará aos cofres públicos, apesar de não ter revelado o valor ao conversar com jornalistas nesta quarta. “É claro que vamos precisar de mais orçamento também”, emendou, em cobrança a Jair Bolsonaro.

Presenças

Na cerimônia de transmissão de posse, em Brasília, estavam presentes apenas os agora ex-ministros do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, e do Esporte, Leandro Cruz Fróes da Silva. O ex-ministro da Cultura, Sérgio de Sá Leitão, não compareceu. Segundo a assessoria de imprensa, a razão seria um compromisso junto ao novo governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), do qual será secretário.

Além da ausência de Sá Leitão, Osmar Terra precisou ouvir do ex-ministro Leandro Fróes, durante o evento, que discorda da unificação dos ministérios. “Tenho certeza de que apesar de ser público [eu] discordar da unificação dos ministérios, você [Osmar Terra] tem a grandiosidade dessa tarefa. Você saberá conduzir essa unificação”, disse o agora ex-ministro logo no início da cerimônia.

Ministro

Terra foi ministro de Desenvolvimento Social na gestão de Michel Temer e deixou o cargo em abril para concorrer à reeleição na Câmara, onde cumpre mandatos consecutivos desde 1999. Ele foi reeleito com 86.305 votos, pelo MDB do Rio Grande do Sul. O deputado tem histórico de críticas a propostas que visam legalizar ou descriminalizar o uso de drogas no Brasil, conforme publicações em redes sociais.

Antes mesmo de assumir, Terra havia anunciado  nomes de secretários que ficarão responsáveis por cada uma das áreas do ministério: o deputado federal não reeleito Lelo Coimbra (MDB-ES), líder da maioria na Câmara, foi escolhido para comandar a área de Desenvolvimento Social, o general Marco Aurélio Vieira vai comandar a área de Esportes, enquanto Henrique Medeiros Pires ficará responsável pela Cultura.

Outro já anunciado foi o deputado federal Floriano Pesaro (PSDB-SP), que ficará responsável pela Secretaria Nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania. Ele não conseguiu se reeleger no ano passado e é visto como aliado do ex-presidenciável tucano e ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, de quem foi secretário de Desenvolvimento Social.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.