Ministro da Justiça: “não há nada, não há fatos, não há indícios” que liguem Dilma ao escândalo da Petrobras

  • Por Jovem Pan
  • 07/03/2015 16h07
SÃO PAULO, SP, 07.03.2015: OPERAÇÃO-LAVA JATO - Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, concede coletiva de imprensa na tarde deste sábado (7) no escritório da presidência, para falar sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato após a divulgação de lista de parlamentares suspeitos de envolvimento com o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. (Foto: Ernesto Rodrigues/Folhapress) Ernesto Rodrigues/Folhapress José Eduardo Cardozo dá entrevista coletiva em São Paulo comentando a Operação Lava Jato neste sábado

O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo falou em entrevista coletiva na tarde deste sábado (07) sobre a suposta ligação da presidente Dilma Rousseff com o material investigado pela Operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobras. Para Cardozo, “não há nada a arquivar” contra Dilma porque “não há fatos, não há indícios” de que ela tenha tido algum tipo de participação ou conhecimento dos escândalos na estatal. “Não há indícios para abrir nenhuma investigação”, declarou.

Com a divulgação feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki dos pedidos de abertura de inquérito (investigação) protocolados pelo procurador Rodrigo Janot, descobriu-se que o ex-diretor da estatal Paulo Roberto da Costa citou a campanha da presidente para sua eleição ao primeiro mandato. Costa diz que Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e coordenador da campanha de Dilma à época, teria solicitado repasse de R$ 2 milhões do caixa do Partido Progressista (PP) para a candidatura da atual presidente hoje reeleita.

Na petição de Janot a Zavascki consta também que Dilma não poderia ser investigada porque os atos se deram antes de seu exercício como presidente. “Há total impossibilidade de investigação do presidente da República, na vigência de seu mandato, sobre atos estranhos ao exercício de suas funções”, diz o documento. “Portanto, como assentado pelo Supremo Tribunal Federal, não há viabilidade jurídica para apuração dos fatos em detrimento da Presidente da República”.

Cardozo rebateu interpretações que meios de comunicação estariam dando ao trecho e disse que a cogitação da possibilidade de investigação da presidente é apenas uma “argumentação de reforço”. O ministro ressaltava a todo instante que “não há nada” contra a presidente da República.

O ministro da Justiça também respondeu com ironia insinuações de que ele mesmo teria interferido nas investigações da Polícia Federal ou do Ministério Público, questionando como poderia entrar na mente dos depoentes da delação premiada, Alberto Youssef, Costa e outros, e falar no lugar deles.

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