Ministro da Segurança Institucional busca “solução” para evitar gravações
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que está estudando “soluções tecnológicas” para “tentar proteger” o presidente da República de tentativas de gravações das conversas com ele, em seu gabinete, como teria sido feito pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.
“Nunca se pensou nisso antes, pelo ineditismo, que pode ter ocorrido, que seria um ministro de Estado, que além do mais é servidor de uma carreira de Estado, gravar o presidente da República”, afirmou o ministro, que é responsável pela segurança do presidente. “Se isso de fato aconteceu é um escândalo e é inadmissível.”
Etchegoyen trata o episódio como um exemplo de “quebra de ética profissional”.
De acordo com o ministro, “o presidente Temer ficou indignado, surpreso e estupefato com a notícia que recebeu de que teria sido gravado por um de seus ministros”. “Ainda mais quando o ministro é um servidor de uma carreira de Estado, tão sensível quanto a diplomática.”
Segundo Etchegoyen, é dever do chefe de GSI encontrar formas de proteger o presidente da República. Ele disse que “não entra no mérito” da discussão sobre o assunto tratado nas conversas Temer e os ministros. “Meu problema é a segurança do presidente.”
As notícias que chegaram ao Planalto é de que Temer foi gravado por Calero na segunda vez que o recebeu em seu gabinete, no dia 17, véspera de o então ministro pedir demissão. O processo de investigação do ex-ministro Geddel Vieira Lima na Policia Federal está sob sigilo.
Segundo Etchegoyen, outro “problema grave” é que “inacreditavelmente” o Palácio do Planalto não tem câmeras de segurança, e isso deixa “vulneráveis” as instalações. Elas foram retiradas por ocasião da reforma do prédio, em 2010, durante o governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva e nunca mais reinstaladas. “Nós não tememos imagens. Vamos trazer de volta um sistema de câmeras completo”, avisou ele, ao informar que está havendo uma “reestruturação do seu setor, com instalação de catracas e crachás especiais em todo o palácio”.
O ministro disse que ainda não sabe exatamente o que poderia ser feito tecnologicamente para evitar a repetição do que chamou de “episódios desagradáveis” como este. “Estamos estudando soluções com mais tecnologia, sem que seja invasivo ao presidente”, afirmou. “Todas as normas têm sido cumpridas e aparentemente ele (o ex-ministro) entrou com um equipamento para gravação escondido.”
Segundo ele, “não se revista” uma pessoa convidada para se reunir com o presidente. “Seria constrangedor.”
*As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.