Ministro diz que delegados da PF não podem ser afastados sem a devida apuração

  • Por Agência Câmara Notícias
  • 15/07/2015 20h40
O Bom Dia Ministro recebe o ministro José Eduardo Cardozo, que fala sobre maioridade penal (José Cruz/Agência Brasil) José Cruz/Agência Brasil José Eduardo Cardozo no Bom Dia

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, destacou, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que não podem ser tomadas medidas punitivas contra delegados da Polícia Federal (PF) que atuam na Operação Lava Jato sem a devida apuração. A afirmação foi feita em resposta ao deputado Jorge Solla (PT-BA), que cobrou o afastamento de delegados da PF que fizeram campanha contra a presidente Dilma Rousseff na eleição de 2014 e com fortes indícios de participação no caso das escutas ilegais na cela do doleiro Alberto Youssef na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) e de envolvimento nos vazamentos seletivos.

“O fato de os delegados terem sido citados não quer dizer que devem ser afastados por isso. E se fez campanha, só posso dizer que ele votou mal, salvo se houve atuação política, aí deve ser punido”, respondeu.

Encontro com Janot
Sobre encontro com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ocorrido em novembro do ano passado em Buenos Aires, o ministro afirmou que não foi sigiloso. Ele informou que foi à Argentina para um encontro bilateral e, coincidentemente, encontrou-se com Janot em locais públicos para tomar café e almoçar. Cardozo apresentou inclusive fotos. “Não discutimos Lava Jato, lista, nada”, relatou.

Com relação a um segundo encontro com Janot, ocorrido neste ano e às vésperas da divulgação da lista dos investigados na Operação Lava Jato, Cardozo afirmou que tratou da lei de combate à corrupção lançada pelo governo em março. Ele revelou que o procurador apenas informou que estava preocupado com sua segurança, já que sua residência havia sofrido um arrombamento no mês anterior, no qual foi levado somente o controle remoto do portão principal de sua casa.

Escutas
Cardozo reafirmou ainda que vai aguardar os resultados das sindicâncias para tomar alguma atitude em relação aos casos de escutas clandestinas na cela de Alberto Youssef. “Confio nos trabalhos da corregedoria e no Ministério Público Federal. Eu ainda não tenho acesso a tudo o que está na sindicância e por isso é necessário aguardar. Se comprovadas que as escutas são ilegais, no meu âmbito, vou agir para punir, mas se as provas valem ou não valem, isso é da atribuição do Judiciário”, disse.

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