Ministro do STF nega crise institucional e diz que retaliação não leva a nada
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, considera que as instituições do país não são afetadas pelos escândalos políticos e econômicos. “Não estamos vivendo uma crise institucional, [mas] desejável seria não termos os presidentes das duas casas legislativas suspeitos”, afirma ao se referir a Eduardo Cunha, da Câmara dos Deputados, e Renan Calheiros, do Senado.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan nesta segunda-feira (20), Mello ressalta que é preciso lembrar que as apurações ainda são “embrionárias”. “Nós não temos sequer no Supremo ações penais em curso, temos inquéritos. Aí vinga o princípio da não culpabilidade”, e critica a visão da população, “a leitura que o povo brasileiro faz é péssima, como se eles realmente fossem culpados, mas nós precisamos aguardar a formação da culpa”.
O ministro repreende também as manifestações contrárias às instituições envolvidas nas apurações, como o Ministério Público, a Polícia Federal e as próprias casas legislativas: “o ataque não constrói. Essa retaliação não leva a coisa alguma, é prejudicial à sociedade brasileira”.
A burocracia nas investigações é, para o ministro, um preço a pagar pelo sistema de governo vigente. “Pagamos um preço por vivermos em um estado democrático e é um preço módico, está ao alcance de todos: o respeito irrestrito às regras estabelecidas”, e conclui, “o que eu posso garantir é que tanto o Ministério Público quanto o Judiciário vão atuar com absoluta independência”.
Ouça entrevista completa no áudio acima.
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