Ministro Edinho Silva diz que houve “vazamento seletivo” de delação premiada

  • Por Jovem Pan
  • 27/06/2015 13h38
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil O ministro da Comunicação Social da Presidência da República

Em entrevista coletiva neste sábado (27), o ministro da Comunicação Social de Dilma, Edinho Silva, rebateu conteúdo da delação premiada do ex-presidente da UTC, Ricardo Pessoa, divulgada na sexta.

Pessoa afirmou ter doado à campanha presidencial da presidente Dilma Rousseff no ano passado R$ 7,5 milhões oficialmente, a fim de não ter os negócios da empreiteira prejudicados. O intermediário das doações declaradas teria sido o tesoureiro da campanha à época, que era o próprio ministro Edinho, hoje à frente da Secom (Secretaria de Comunicação Social). A revista Veja também divulgou uma lista com 18 políticos que teriam recebido dinheiro da UTC, entre eles o próprio Edinho e o ministro-cehefe da Casa Civil Aloizio Mercadante, que cancelou viagem aos Estados Unidos, segundo informou o blogueiro do Uol e repórter Jovem Pan em Brasília Fernando Rodrigues.

“Existe um vazamento seletivo de uma delação premiada”, disse Edinho. “Quem acusa tem a obrigação da prova”, cobrou o ministro, pedindo acesso ao conteúdo da delação.

O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo defendeu o colega de esplanada. “Não há por que duvidar em nada as palavras de Edinho”, disse Cardozo, ressaltando que conhece o caráter do companheiro há tempo. Cardozo também colocou dúvidas sobre a delação do presidente da UTC. A delação premiada é um “contexto em que a pessoa quer obter benefícios”, disse, alertando para a possibilidade da mentira.

Cardozo afirmou ainda que a presidente Dilma se mostrou “absolutamente tranquila” com as explicações dadas desde sexta por Mercadante e Edinho. Segundo Edinho, o ministro Mercadante, que não estava presente, vai conversar com a imprensa em um segundo momento e também “está tranquilo”.

“Dentro da legalidade”

Edinho disse que o recebido pelo UTC, empresa investigada pela Operação Lava Jato cujo dono é conhecido como chefe do “clube do bilhão”, que reunia os empreiteiros, ocorreram dentro da lei. “Foram doações legais, doações que ocorreram dentro da legalidade”, garantiu.

“Eu quero ser ouvido nos autos, eu não tenho nada a esconder de ninguém”, afirmou o ministro. “Jamais tive qualquer diálogo com esse empresário que não fosse diálogo que tesoureiro de campanha tem”, disse Edinho

“Manipulação”

Ele destacou o que considera interesse político em se divulgar parte da delação. “O que não pode haver é nenhum tipo de manipulação”, disse. “A delação premiada é um instrumento institucional e é inaceitável que esse instrumento seja usado de modo seletivo para disputa política”, sugeriu o ministro da Secom.

“A empresa (UTC) tem uma relação histórica não só com o governo federal, não só com o governo federal”, afirmou também Edinho, destacando duas vezes que a empreiteira tem contrato com órgãos estaduais igualmente. “Você colocar sob júdice, ou sob suspeita, melhor dizendo, apenas o que é doação para a campanha da presidente Dilma, é suspeito”, criticou.

“Se as mentiras divulgadas pela imprensa forem comprovadas, eu tomarei as medidas judiciais pela minha honra”, disse também Edinho ressaltando que estava com o advogado ao lado. “A delação não expressa a verdade dos fatos”, garantiu.

Com informações adicionais da Reuters

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