Ministro interino da Cultura credita saída à precariedade da pasta e cita desrespeito

  • Por Jovem Pan
  • 16/06/2017 14h58 - Atualizado em 29/06/2017 00h34
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Valter Campanato/Agência Brasil Ministro da Cultura João Batista de Andrade - Ag. Brasil

O ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade, enviou nesta sexta-feira (16) uma carta ao presidente Michel Temer anunciando sua saída da pasta. Em entrevista exclusiva ao repórter da Jovem Pan Tiago Muniz, Andrade disse que assumiu um Ministério absolutamente inviável do jeito que está.

De acordo com ele, a insatisfação no cargo era crescente e o orçamento recebido ainda pelo então ministro Roberto Freire era um recurso muito precário para qualquer coisa. “Um Ministério que estava em uma situação absolutamente precária. Porque o Ministério tinha sofrido um corte de 43% do seu orçamento. Então, com esse corte, o Ministério mal consegue andar. Não consegue desenvolver projeto nenhum”, afirmou Andrade.

Segundo o ministro interino da Cultura, a gota d’água para a sua saída da pasta aconteceu na escolha do novo presidente da Agência Nacional do Cinema (ANCINE). Andrade disse que o governo “passou por cima” da indicação do Ministério da Cultura e inviabiliza economicamente e politicamente a pasta.

Para ele, foi criado esse desgosto crescente com relação à pasta e gerou um incômodo com essa situação de administrar um Ministério com toda essa “inviabilidade” e também com esse “grau de desrespeito”.

“A Debora Ivanov era a indicação de todas as entidades do cinema e também do Ministério da Cultura. O governo resolveu que vai nomear outra pessoa. E, ao mesmo tempo, já enviou pro Senado a indicação de uma outra pessoa para diretora, porque teria mais uma vaga na Ancine”, contou o ministro.

“Então, completamente atropelou a iniciativa do Ministério, não levou em conta as indicações do Ministério. Então, com o Ministério sem orçamento e desautorizado, eu pergunto: o que eu tô fazendo aqui? Essa foi a gota d’água”, desabafou Andrade.

O ministro da Cultura afirmou ainda que a situação deixa o Ministério “desprestigiado” e prevê, na atual circunstância, um futuro “péssimo” para a pasta.

Confira no áudio acima a íntegra da entrevista de João Batista de Andrade.

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