Moro diz ser ‘preocupante’ número de suicídios entre policiais: ‘Pressão desumana’

  • Por Jovem Pan
  • 01/10/2019 12h35
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Segundo o ministro, Estado não tem recursos suficientes para amparar a categoria

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, classificou como “preocupante” o alto índice de suicídio de policiais registrado em 2018. Segundo ele, esse quadro está relacionado à “pressão desumana” pela qual esses profissionais passam, e ao fato de o Estado não ter condições de ampará-los de forma mais adequada.

“O publico que trabalha na Segurança Pública muita vezes está submetido a pressão desumana, refletida nos altos índices de suicídio de agentes policiais. Isso realmente é muito preocupante, mas estamos atentos a essa questão”, disse durante a abertura do Fórum Nacional de Ouvidores do Sistema Único de Segurança Pública, que acontece nesta terça-feira (1). “Infelizmente o amparo que o Estado pode dar aos policiais não é o ideal”, acrescentou.

Números

De acordo com a 13ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em setembro, o número de policiais que cometeram suicídio em 2018 – 104 casos, segundo o levantamento – foi maior do que o de policiais mortos durante o horário de trabalho em situações de confronto – 87 casos. Na avaliação dos responsáveis pelo estudo, esses números comprovam os graves efeitos psicológicos pelos quais passam os policiais no país.

Ainda segundo o levantamento, 343 policiais civis e militares foram assassinados em 2018. Deste total, 75% dos casos ocorreram quando estavam fora de serviço, e não durante o combate à criminalidade.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública registra que houve queda de 10,43% de mortes violentas intencionais em 2018. Apesar disso, verificou-se que, ao mesmo tempo, cresceu em 19,6% o número de mortes decorrentes de intervenções policiais.

A ação da polícia foi responsável por 11 de cada 100 mortes violentas intencionais no ano passado, quando 6.220 pessoas morreram após intervenção policial, uma média de 17 pessoas mortas por dia. O perfil das vítimas repete a situação encontrada em outros anuários: 99,3% eram homens, quase 78% tinham entre 15 e 29 anos, e 75,4% eram negros.

*Com informações da Agência Brasil

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