Moro pede que site envie mensagens vazadas para serem examinadas por autoridades

  • Por Jovem Pan
  • 19/06/2019 11h23 - Atualizado em 19/06/2019 11h25
Pedro França/Agência Senado Ministro participa de audiência na CCJ para esclarecimento sobre conversas vazadas

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pediu que o site The Intercept Brasil, responsável pela divulgação de mensagens trocadas entre o ex-juiz federal e o procurador Deltan Dallagnol entregue os conteúdos das conversas para serem examinados por autoridades. Segundo ele, que participa, nesta quarta-feira (19), de uma audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal  para esclarecer o vazamento, “se o site tivesse encontrado alguma mensagem ilícita, já teriam divulgado”.

“Seria um serviço ao país”, pediu Moro, em referência à deixar os diálogos nas mãos de autoridades investigativas. Em seu discurso, ele garantiu que todas as conversas são “normais” e que “pode assegurar” que, se nenhuma das mensagens foi alterada, não há nenhuma espécie de infração em seu conteúdo.

Depois de falar aos senadores, o ministro começou a responder à perguntas dos mesmos. Com o objetivo de deixar de lado possíveis adulterações nos diálogos, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) sugeriu que ele solicitasse ao aplicativo Telegram a liberação das mensagens. Coronel também citou a possibilidade de que os diálogos oficiais sejam pegos do celular de Dallagnol.

Moro respondeu que “não se lembrava de mensagens de um mês atrás, quanto mais aquelas supostamente enviadas há anos”, e que não poderia liberar o conteúdo, já que apagou a sua conta no Telegram em 2017.

Os parlamentares insistiram, dizendo que o ministro poderia liberar os diálogos mesmo sem a conta, pedindo diretamente ao aplicativo. “Não é possível”, concluiu o ex-juiz, causando reações irônicas de senadores, que disseram que o ministro tem “péssima memória.”

Perseguição

Moro ressaltou que o vazamento de mensagens deve ter como objetivo invalidar condenações já finalizadas ou até mesmo desestabilizar futuras investigações e disse que é “constantemente atacado por ter cumprido seu dever”.

Ele lembrou que não condenou “ex-presidente da Câmara o da República”, em referência às prisões de Eduardo Cunha e Luiz Inácio Lula da Silva, sozinho, mas sim com ajuda de outras instituições, que confirmaram as investigações. O ministro citou números e pedidos feitos pelo procuradores para garantir que nunca houve  “convergência absoluta” entre o Judiciário e o Ministério Público Federal (MPF).

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