Moro recebe promessa de indicação ao STF; juiz deve ocupar vaga de Celso de Mello em 2020

  • Por Rodrigo Viga/Jovem Pan
  • 01/11/2018 11h54 - Atualizado em 01/11/2018 12h14
Cassiano Rosário/Estadão Conteúdo O primeiro nome que deve deixar a cadeira do STF e, assim, abrir uma vaga para Moro é o decano Celso de Mello, em 2020, quando completará 75 anos

O juiz federal Sergio Moro aceitou nesta quinta-feira (1º) ser o ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Ele chega para assumir a pasta, mas recebeu a promessa de que assim que abrir uma vaga no Supremo Tribunal Federal, passará a ser o indicado de Bolsonaro para preencher a cadeira.

O primeiro nome que deve deixar a cadeira do STF e, assim, abrir uma vaga para Moro é o decano Celso de Mello, em 2020, quando completará 75 anos.

Bolsonaro terá ainda de escolher mais dois ministros, já que os ministros Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia são os próximos a atingirem a idade máxima para aposentadoria compulsória.

Moro será o novo ministro da Justiça

juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância, aceitou o convite para ser o novo ministro da Justiça a partir de 1º de janeiro de 2019. A decisão será oficializada por meio de uma nota oficial, após o juiz se reunir brevemente com o presidente eleito Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Em nota oficial divulgada após sua saída da residência do presidente eleito, Moro afirmou que aceitou o “honrado convite”, mas o fez com “certo pesar”, já que terá de deixar a magistratura após 22 anos. O magistrado destacou ainda que, “para evitar controvérsias desnecessárias”, vai se afastar de novas audiências da Operação Lava Jato — ele não tomará o depoimento do ex-presidente Lula, agendado para o próximo dia 14, por exemplo.

Confira a nota na íntegra:

“Fui convidado pelo senhor presidente eleito para ser nomeado ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal, na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes”.

Bolsonaro vê ‘norte’ anticorrupção

Jair Bolsonaro usou o seu Twitter para falar sobre a reunião com Sérgio Moro que terminou com o juiz aceitando comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

“O juiz federal Sérgio Moro aceitou nosso convite para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sua agenda anti-corrupção, anti-crime organizado, bem como respeito à Constituição e às leis será o nosso norte!”, escreveu o presidente eleito.

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