“Moro sabe que eu não sou dono do sítio de Atibaia”, diz Lula em entrevista
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 20, que “o Moro sabe que eu não sou dono do sítio de Atibaia”. Em entrevista aos jornalistas José Trajano e Juca Kfouri, o petista declarou. “Já investigaram tudo.”
Na Operação Lava Jato, Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Agora, está na iminência de decidir se abre ou não ação penal contra Lula por suposta corrupção no caso do sítio Santa Bárbara, localizado no município do interior de São Paulo.
As empreiteiras OAS e Odebrecht teriam investido recursos para melhorias e ampliação da propriedade rural em troca de facilidades contratuais na Petrobras e outros favorecimentos do governo na gestão do petista.
“Eles sabem que o único mal que eu fiz na Petrobras foi fazer a Petrobras ser a segunda maior empresa do mundo, com a maior capitalização. Esse foi o mal que eu fiz.”
Ele disse que foi o governo que “mais investiu” na contratação de policiais federais e na Inteligência da PF. “Quem criou mecanismos de autonomia do Ministério Público na Constituinte foi o PT.”
O ex-presidente destacou que inaugurou a prática de escolher o primeiro colocado da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República para o cargo de procurador-geral. “Eu, pela minha vocação sindicalista, eu sempre indico o primeiro da lista, sempre indico.”
Afirmou que nunca interferiu em qualquer investigação. “Perguntem pra algum deles (procurador-geral indicado por ele), ‘Ô procurador, um dia o Lula na presidência da República procurou o sr pro sr não mexer em tal coisa?’. Perguntem.”
“Só o que me preocupa é que a Lava Jato montou um esquema de comunicação que jamais teve. Tudo tem que sair primeiro no jornal. Eles têm que transformar a verdade pela imprensa e a Justiça não pode ser assim. Quando eu vejo juiz ficar preocupado com opinião pública, juiz não tem que se preocupar, ele tem que se preocupar com os autos do processo.”
“Eu tenho a minha consciência tão tranquila!”
Fez um pedido dramático aos investigadores. “Ô Operação Lava Jato, por favor, mostra ao povo brasileiro alguma coisa de veracidade. Não estão brincando com pouca coisa. Estão levando o País à destruição.”
Reclamou da operação da PF que o conduziu coercitivamente em março de 2016 para depor em uma sala no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e das buscas em sua residência, em São Bernardo do Campo. “Invadiram a minha casa, foram levantar o colchão depois que eu saí. Imaginaram que iam encontrar um trilhão de dólares? Joias, joias e mais joias?”
“Quantas vezes esses caras foram procurar conta minha lá fora? Quantas vezes?”
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.