Morre em São Paulo judeu que sobreviveu a cinco campos de concentração
Morreu em São Paulo, aos 94 anos de idade, Julio Gartner, judeu que sobreviveu a perseguição nazista, tendo passado por cinco campos de concentração. Gartner nasceu em 1924, na Polônia e foi capturado na Cracóvia durante ataque nazista.
Ele recebe homenagem nesta segunda-feira (12) no Memorial da Imigração Judaica, em São Paulo. A data coincide com o calendário de recordação do episódio conhecido como “Noite dos Cristais” que vitimou pelo menos 100 judeus e levou cerca de 30 mil a prisão durante o regime nazista.
Gartner vivia no Brasil há mais de 70 anos e foi aqui que construiu uma vida, casou-se, teve dois filhos e quatro netos. Foi tecelão e dono de loja. Até o dia de sua morte, viveu no bairro de Higienópolis. A vida do judeu radicado no Brasil não foi fácil.
Seus pais foram mortos logo no início da guerra e Gartner, junto do irmão, passou algum tempo escondido na região interiorana da Polônia, de onde seguiu para Cracóvia, onde foram capturados durante a Noite dos Cristais. Desde então, Gartner e o irmão viveram sob a mira nazista em campos de concentração.
Próximo de completar 18 anos, Gartner foi levado para o campo de Plaszów, onde ficou por alguns meses. De lá foi transferido para Auschwitz, ambos na Alemanha. Antes do fim da guerra, em 1945, ele ainda passou por três campos na Áustria: Mauthausen, Melk e Ebensee. Este último que descreveria, já no Brasil, como sendo o pior da Europa.
Com o fim da guerra e pesando menos de 35 quilos, Gartner foi para a Itália e então veio ao Brasil para encontrar o irmão que havia conseguido fugir antes e já estava em solo brasileiro.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.