Motorista busca parente que fazia exame admissional na Vale e relata falta de informações: ‘É um descaso’

  • Por Victoria Abel, de Brumadinho (MG)
  • 26/01/2019 18h46
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Jovem Pan O motorista Walter Luiz Marques busca um parente em Brumadinho (MG)

Familiares de desaparecidos após a ruptura de uma barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, nesta sexta-feira (25), reclamam que não têm informações sobre as buscas. É o caso de Walter Luiz Marques, que busca um parente que estava fazendo um exame admissional na área administrativa da empresa no momento em que a região foi atingida pelo mar de lama.

“Até o momento, a gente está sem informação alguma”, lamentou o motorista em entrevista à Jovem Pan. Ele afirma que o nome do rapaz, Alisson Pessoa Damasceno, foi cadastrado quatro vezes na base de informações que a Vale está utilizando, mas, até agora, não apareceu nas listas de desaparecidos ou de funcionários encontrados vivos. “Não está resolvendo nada esse cadastro.”

Walter acredita que a falta de informações é uma desorganização da Vale. “É uma desorganização total. Sabemos que é um trabalho minucioso, mas deveria dar um pouco mais de atenção para a família, eles não falam nada”, disse. “Aqui tem vários familiares e ninguém teve notícia alguma. Essas pessoas estão aqui desde ontem. Isso aí já é um descaso”, desabafou.

No momento da ruptura da barragem, Alisson fazia um exame admissional para trabalhar como motorista na Vale. “Ninguém fala se ele está vivo, se está morto, se está em algum lugar aí, ninguém fala nada. Principalmente a Vale, que não se posicionou com ninguém ainda”, disse Walter.

O Corpo de Bombeiros confirmou que pelo menos 34 pessoas morreram no desastre em Brumadinho e outras centenas estão desaparecidas.

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