Motta apresenta nomes de indicados para sub-relatorias da CPI
Mesmo com protestos de deputados do PT, PSOL, PSB e PPS, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB) anunciou os nomes dos indicados para as quatro sub-relatorias criadas por ele com o argumento de que contribuirão para o aprofundamento das investigações.
O anúncio da criação de sub-relatorias gerou tumulto durante a reunião da CPI nesta quarta-feira (5) e gerou bate boca entre Motta e o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA). Os deputados criticaram a iniciativa porque a decisão não passou pelo plenário da comissão. Rubens Bueno (PPS-PR) e Júlio Delgado (PSB-MG) fizeram restrições dizendo que seus partidos não foram consultados.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) disse que a iniciativa atropelava o Regimento Interno da Câmara. “Todos os partidos deveriam ter sido consultados. Não podemos aceitar isso, não é regimental; não foi feito o acordo [com todos os partidos] e não conheço a posição do relator” ponderou.
Os indicados
Motta indicou os deputados Altineu Côrtes (PR-RJ) para a sub-relatoria de superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias; Bruno Covas (PSDB-SP) para a sub-relatoria de constituição de empresas com a finalidade de praticar atos ilícitos; Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) para a sub-relatoria de superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte, navios-plataforma e navios-sonda; e André Moura (PSC-SE) para a sub-relatoria de irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África.
O relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ), disse que estava surpreso com a iniciativa do presidente, sobretudo por não ter sido consultado e a medida ter sido anunciada antes de ele apresentar o plano de trabalho para a comissão.
Motta garantiu que não voltaria atrás na criação das sub-relatorias, nem na indicação dos sub-relatores, escolhidos com base na proporcionalidade dos blocos partidários. Além das sub-relatorias, ele anunciou a contratação da empresa Kroll, sediada em Nova Iorque, para ajudar as investigações da quarta sub-relatoria.
A decisão de contratar a empresa foi criticada por Rodrigues. “Eu gostaria que, neste caso, pudesse flexibilizar a sua posição. A empresa chegou a ser investigada pela Polícia Federal de nosso país”, lembrou.
Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil // Edição: Beto Coura
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