Mourão defende fim da ‘proliferação de partidos’ e adoção do sistema de voto distrital

  • Por Jovem Pan
  • 16/07/2019 19h21 - Atualizado em 16/07/2019 19h22
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Romério Cunha/VPR Mourão declarou que a gestão econômica do Brasil nos últimos 15 anos foi "desastrosa"

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), defendeu nesta terça-feira (16) uma reforma política para acabar com a “proliferação de partidos” e disse ser favorável à adoção do sistema de voto distrital.

“É mais necessário do que nunca que o partido político realmente seja o transmissor das ideias da sociedade. A sociedade hoje na maioria das vezes não se vê representada”, afirmou Mourão em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação, sugerindo a diminuição do número de legendas e o barateamento do sistema.

O vice afirmou ser “francamente favorável” ao voto distrital para aproximar o eleitor do seu eleito. Segundo ele, isso também faria os partidos se fortalecerem e aumentaria a identificação entre representante e representado. A ideia consiste em separar os municípios por distritos que elegeriam seus representantes ao parlamento isoladamente.

Questionado sobre como aprovar uma reforma política no Congresso Nacional, Mourão disse que há três pontos. “Política é uma trilogia: clareza porque todos têm que entender, não só os congressistas; determinação, para poder levar adiante isso aí, e paciência, porque o jogo político é paciência”.

Gestão econômica desastrosa

Em palestra a empresários, em São Paulo, Mourão declarou que a gestão econômica do Brasil nos últimos 15 anos foi “desastrosa” e que o trio “incompetência, má gestão e corrupção” andou de mãos dadas em Brasília.

“A gestão econômica dos últimos 15, 16 anos, foi desastrosa por ter sido mal feita, por ter gente incompetente como timoneiro e, pior ainda, por ter sido assaltada pela corrupção. Esse trio incompetência, má gestão e corrupção infelizmente andou de braços dados ali na Esplanada dos Ministérios”, criticou o vice-presidente em alusão aos governos Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.

Mourão elogiou o presidente Jair Bolsonaro em diversos momentos de sua palestra. Também defendeu transformar o Brasil na “maior, mais vibrante e mais próspera democracia liberal do Hemisfério Sul”. Mostrando mapas, disse que o Brasil deve ser a grande civilização ao Sul do Equador.

O vice-presidente também criticou a Organização das Nações Unidas em seu discurso. “A ONU hoje, como Conselho de Segurança que ainda representa a ordem que terminou naquele conflito 2ª Guerra Mundial, se tornou anacrônica, não resolve o que está acontecendo no mundo”, afirmou.

De acordo com ele, as “ameaças globais transnacionais”, como o terrorismo, as migrações e o crime organizado, devem ser enfrentadas pela democracia liberal. “Não há saída fora da democracia liberal como sugerem alguns que desejam soluções rápidas”, disse.

Ele defendeu ainda a abertura comercial “lenta, gradual e segura” do Brasil. “Não dá para dar um choque de abertura nas nossas empresas de hoje para amanhã com uma carga tributária desse tamanho, com uma infraestrutura deficiente, em que o nosso produto chega aos portos custando uma fortuna em comparação com os que vêm do lado de fora”.

Política externa

Mourão afirmou, citando suas viagens recentes para China e Estados Unidos, que todos os países “estão de olho” no Brasil. “Aqueles que querem investir e ganhar dinheiro querem estar com a gente”, disse.

O vice disse que as posições diplomáticas do Brasil devem buscar “flexibilidade e pragmatismo”. “Não podemos ficar nem pendurados no A nem no B. Temos que buscar aquilo que é melhor para o Brasil, que haja benefício mútuo”.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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