Mourão vai a Londres ‘estreitar relações com governo britânico’
Vice-presidente disse que o Brexit pode ser uma grande oportunidade para o Brasil
O vice-presidente Hamilton Mourão vai a Londres no dia 7 de setembro, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, para estreitar relações com o “novo governo” britânico, que tem Boris Johnson como primeiro-ministro.
Em referência à saída do Reino Unido da União Europeia, Mourão citou Bernard Shaw, afirmando que “há duas tragédias na vida, uma é não obter tudo o que seu coração deseja, a outra é obter”. No entanto, ele disse que o Brexit pode ser uma grande oportunidade para o Brasil no comércio exterior.
“Todos aqueles que estão afinados e com essa visão de mundo têm de começar a pensar como vamos nos ligar com esse novo governo. Vou no 7 de Setembro para lá iniciar esse trabalho importante”, contou.
O Itamaraty aceitou, na noite desta terça-feira (27), ajuda de 10 milhões de libras, cerca de R$ 50 milhões, oferecida pelo Reino Unido para o combate aos incêndios na Amazônia.
Amazônia
Assim como o presidente Bolsonaro, Mourão culpou interesses comerciais pelas críticas feitas pelo presidente da França, Emannuel Macron, à gestão do Brasil na Amazônia. “O presidente francês enfrenta problemas internos, o acordo Mercosul-UE atinge produtores franceses, é a nossa agricultura chegando na União Europeia. É um gigante avançando”, declarou.
Na semana passada, Macron convocou na reunião do G7 uma discussão sobre as queimadas na floresta brasileira. O francês propôs uma ajuda econômica para minimizar os danos da tragédia, o que foi considerado pelo governo brasileiro como uma afronta à soberania do País.
Segundo Mourão, o Brasil não vai aceitar ingerências como essas, mas vai buscar o equilíbrio nas relações. Ele disse, ainda, que é preciso esclarecer para o mundo a situação da Amazônia. “É praticamente toda uma área indígena ou de proteção ambiental”.
PIB
Um dia depois da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre do ano, com uma variação positiva de 0,4%, o vice-presidente da República, admitiu que a expectativa do governo era de que a economia do Brasil crescesse 2,5% este ano e que com o fraco desempenho estão arrecadando menos.
“Estamos no agiota, pagando R$ 400 bilhões de juros por ano, um déficit de R$ 139 bilhões, com um Orçamento que tinha sido calculado para crescer 2,5%, mas estamos crescendo menos”, ressaltou, durante discurso na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
Segundo ele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, “está raspando o tacho da Caixa Econômica Federal e do BNDES” para tentar fechar a conta do governo este ano e atender ao pedido de dinheiro para os ministérios.
De acordo com Mourão, todos os ministérios estão em dificuldade, “com as gargantas sedentas”, e incluiu nessa lista as Forças Armadas, “que estão enfrentando uma situação complicadíssima”, afirmou, sem dar detalhes, dizendo que “é preciso colocar o Brasil nos trilhos”.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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