MP de São Paulo investiga denúncias de crimes sexuais em plataforma da Uber
Empresa de transporte afirmou que verifica os antecedentes criminais dos motoristas, mas relatos de assédio por parte de passageiras têm aumentado nos últimos meses
O Ministério Público de São Paulo solicitou à Uber um relatório detalhado sobre as denúncias de crimes sexuais que ocorreram em sua plataforma, com foco especial em casos envolvendo crianças, adolescentes, mulheres e idosos. A Promotoria busca informações sobre os locais e horários das ocorrências, além das medidas que a empresa tomou em resposta a esses relatos. A empresa de transporte afirmou que a segurança dos usuários é uma de suas principais preocupações e que implementa diversas ferramentas para proteger as viagens, como a verificação de antecedentes criminais dos motoristas.
Contudo, a Uber não atendeu completamente às solicitações do MP, que investiga casos de assédio sexual e estupros relacionados a motoristas de aplicativos. A investigação foi iniciada após o relato de uma jovem de 17 anos que foi vítima de estupro por um motorista da 99 Táxi. A Promotoria ressaltou que os casos de crimes sexuais não são eventos isolados e que as plataformas de transporte têm a responsabilidade de garantir a segurança de seus usuários.
A Uber deverá explicar os critérios utilizados para a contratação de motoristas, quais tipos de crimes impedem o cadastro e se há gravações de áudio e vídeo das corridas disponíveis para as vítimas e para as autoridades. O promotor estabeleceu um prazo de dez dias para que a empresa forneça as informações solicitadas.
Além disso, a Uber destacou suas iniciativas voltadas para o combate à violência de gênero e suas parcerias com organizações que visam promover a segurança e aumentar a conscientização sobre esses temas. A empresa se comprometeu a colaborar com as investigações e a melhorar suas práticas de segurança, conforme a nota à imprensa.
Confira a posicionamento da empresa em nota
Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, incluindo a checagem periódica de apontamentos criminais de motoristas parceiros. Evitar que algo aconteça sempre é uma prioridade para empresa, que também investe em iniciativas de produção e distribuição de conteúdo para conscientização de motoristas parceiros, baseada no Código da Comunidade Uber, em parceria com organizações como o MeToo Brasil e o Instituto Promundo.
No entanto, a Uber entende que a violência de gênero é um problema social complexo e sistêmico que demanda ação conjunta de toda a sociedade. Por isso, a empresa possui, desde 2018, um compromisso público de enfrentamento à violência contra a mulher, que se materializa em uma série de parcerias com especialistas e autoridades no assunto para colaborar na construção de projetos e iniciativas para enfrentar essa realidade no aplicativo e na sociedade como um todo.
Como parte desse compromisso, recentemente a Uber apoiou uma pesquisa do Instituto Patrícia Galvão que mostrou que 97% das brasileiras sentem medo de sofrer violência quando se deslocam pela cidade e que 71% das mulheres já sofreram violência durante seus deslocamentos, principalmente a pé (73%) ou no ônibus (45%) Além disso, em parceria com o MeToo, a Uber criou o canal de suporte psicológico voltado para usuárias(os) e motoristas parceiras(os), que acolhe vítimas de violência de gênero e de condutas discriminatórias .
Vale destacar ainda que a Uber possui diversas parcerias de enfrentamento à violência de gênero e apoio às mulheres vítimas de violência doméstica com o Ministério das Mulheres do Governo Federal, Conselho Nacional de Justiça, Instituto Maria da Penha, Ministério Público da Bahia e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre outras.
Ao longo dos anos, a empresa realizou iniciativas como:
Em janeiro, a Uber lançou o Uber Cast, um videocast que além de debater as iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão da empresa na construção de uma plataforma mais segura para todos, convidou especialistas para trazer suas visões nos temas abordados durante a temporada: Segurança, Violência Contra a Mulher, Racismo, LGBTQIAP+fobia, Capacitismo e Acessibilidade. O segundo episódio é totalmente focado nos desafios de segurança enfrentados pelas mulheres, o compromisso da empresa com o combate à violência de gênero e o suposto “golpe do gás”.
A empresa apoia anualmente as atualizações da plataforma “Evidências sobre Violências e Alternativas para mulheres e meninas – EVA”, criada pelo Igarapé em 2019, também com o apoio da Uber, que consolida os registros dos sistemas oficiais de saúde e dos órgãos de segurança pública.
O 18º Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública foi patrocinado pela Uber pelo sexto ano seguido. Além de participar na cerimônia de abertura, a empresa esteve em duas mesas de discussão: “Colaboração entre empresas e autoridades policiais por meio da tecnologia” e “O crescimento da violência de gênero no Brasil: desafios e soluções”, que contou com a participação de lideranças no tema.
Em colaboração com o Instituto Avon, no início da pandemia de Covid-19, foi criada a Ângela – assistente virtual que auxilia mulheres vítimas de violência doméstica. Trata-se de um chatbot que pode ser adicionado como um contato conhecido no WhatsApp ((11) 94494-2415) e ao qual mulheres em situação de violência podem recorrer para obter orientação e códigos promocionais para viagens gratuitas no aplicativo da Uber para delegacias da mulher e demais equipamentos da rede de apoio à mulher. Além disso, a Angela também passou a ser um recurso que orienta pessoas que querem ajudar outras mulheres que estejam passando por uma situação de violência.
Mais informações sobre o compromisso da Uber com o combate à violência contra a mulher podem ser encontradas aqui.
*Reportagem produzida com auxílio de IA e do Estadão Conteúdo
Publicado por Fernando Dias
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