MP denuncia representantes do JK Iguatemi por propina de R$ 3 mi a fiscais da Prefeitura
O Ministério Público denunciou representantes do Shopping JK Iguatemi, na zona sul de São Paulo, por pagamento de propina a fiscais da Prefeitura para evitar cobranças de IPTU e ISS. Construído pela empreiteira W Torre S.A., o shopping foi inaugurado em 2012.
De acordo com o MP, o coordenador do esquema era o ex-auditor fiscal da Prefeitura paulistana Luis Alexandre de Magalhães. Ele estava envolvido na “Máfia dos Fiscais”. Entre os meses de outubro de 2012 e junho de 2013, Magalhães teria exigido R$ 3 milhões para não cobrar os impostos do shopping. Estes eram referentes à construção do mezanino. Se o valor não fosse pago, o shopping poderia ser fechado.
O valor de R$ 3 milhões foi pago em 20 parcelas de R$ 150 mil. Segundo a Promotoria, a primeira parcela foi paga em espécie e entregue em uma boate frequentada por garotas de programa na zona sul de SP.
Escutas telefônicas autorizadas mostram uma conversa entre Magalhães e o então representante da W Torre S.A. Willians Piovezan. Eles acertaram o dia da entrega do montante, mas não se encontraram pessoalmente. Cada um designou um “laranja” para entregar e receber o dinheiro.
Cada parcela dos R$ 3 milhões era dividida entre os integrantes da “Máfia dos Fiscais”. Magalhães ficava com R$ 100 mil e repassava o restante para Ronilson Bezerra Rodrigues, Eduardo Barcellos e Carlos Augusto do Lallo. Os três eram funcionários da Secretaria de Finanças do município. Todos foram denunciados por corrupção passiva. Destacado pela Máfia para calcular o valor de IPTU e ISS a ser cobrado do shopping, o MP denunciou ainda Willian de Oliveira Deiró Costa.
Os representantes da W Torre S.A. Paulo Remy Gillet Neto e Willians Piovezan também foram denunciados por corrupção ativa.
A denúncia do MP foi elaborada com base em documentos apreendidos na casa do ex-auditor fiscal da Prefeitura paulistana Luis Alexandre de Magalhães.
Por meio de nota, a W Torre afirmou que “primeiro tomará conhecimento dos fatos para depois se manifestar e prestar os esclarecimentos devidos”.
Já a Controladoria-Geral da Município informou por meio de nota que o Willian Deiró Costa, após sindicância realizada pela Corregedoria, respondeu a inquérito administrativo especial e recebeu, em junho de 2015, a pena de demissão a bem do serviço público”.
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