MP pode oferecer denúncia sem ouvir Queiroz e Flávio Bolsonaro, diz procurador-geral

  • Por Jovem Pan
  • 14/01/2019 16h27 - Atualizado em 14/01/2019 16h32
Reprodução/SBT Fabrício Queiroz Gussem disse que prova documental contra ex-assessor "é muito consistente"

O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, disse nesta segunda-feira (14) que pode encerrar a investigação e propor ação penal sobre as movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), sem que eles prestem depoimento. Para Gussem, a ausência dos dois não atrapalha o andamento das investigações.

“O Ministério Público pode, através da prova documental, chegar à conclusão de que tem elementos suficientes, indícios suficientes para a propositura de ação penal, e aí ele [Queiroz] vai ter a oportunidade de se pronunciar em juízo”, disse o procurador. Ele acrescentou que o mesmo vale para Flávio, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Gussem disse ainda que, no caso específico do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a prova documental “é muito consistente”.

Segundo Gussem, foram abertos 22 procedimentos investigatórios a partir do relatório. O documento apontou movimentações atípicas de dezenas de assessores e ex-assessores de 22 deputados estaduais. Todas as investigações tramitam na mesma velocidade, declarou, “observando as peculiaridades distintas de cada caso”.

Quatro deputados estaduais citados procuraram o órgão voluntariamente para depor, de acordo com o procurador: Luiz Paulo Corrêa (PSDB), Paulo Ramos (PDT), o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), e Tio Carlos (SDD). Desses, segundo o Gussem, três já entregaram documentos, agora sob exame de procuradores e promotores.

“Tão logo formem o juízo de valor, as decisões serão tomadas. A oitiva (depoimento) contribui mais para que eles apresentem a versão deles e, até mesmo, uma tese defendida porque o MP trabalha com conjunto probatório e acima de tudo busca a verdade real dos fatos”, afirmou.

*Com Estadão Conteúdo

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