“MP queria bala de prata contra PT”, diz absolvido na Lava Jato

  • Por Estadão Conteúdo
  • 03/03/2017 08h43
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Jornalista Bruno Altman é réu junto com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares Reprodução/Frente Popular Breno Altman - Reprodução

O jornalista Breno Altman faz parte do pequeno grupo de pessoas absolvidas pelo juiz Sérgio Moro na Lava Jato. Dono do site Opera Mundi, ele havia sido alvo de condução coercitiva na Operação Carbono 14, 27ª fase da Lava Jato, em abril de 2016. Crítico a Moro no processo, agora Altman atacou ação do Ministério Público Federal (MPF).

“As provas eram nitidamente contraditórias e inventadas com base em delações premiadas.” Sobre os depoimentos contra ele, Moro escreveu: “São todos depoimentos problemáticos, provenientes de pessoas envolvidas em crimes. Diferentemente dos demais, não há nos documentos qualquer elemento que o relacione às operações, nem os valores passaram por sua empresa, nem há vinculação necessária entre ele e a gestão financeira do PT”.

Para Altman, o MPF, “de forma irresponsável, ao se deparar com o empréstimo do Ronan Maria Pinto, deduziu que isso tinha vínculo com o assassinato do prefeito Celso Daniel”. “O MPF achou que tinha a bala de prata contra o PT, que envolveria o PT não só em corrupção, mas em assassinato. E foi com sede ao pote, buscando qualquer situação que comprovasse a tese, que se mostrou estapafúrdia. Eles nem sequer fizeram a denúncia de extorsão contra o Ronan, que estaria extorquindo o PT porque conheceria segredos sobre a morte de Daniel. O caso original, que foi um auê danado, simplesmente desapareceu.”

Em maio, o MPF deixou de denunciar a extorsão, pois considerou “prematuro ter uma afirmação conclusiva” de que ela “existiu e os motivos dela”. Citado pelo MPF no pedido de prisão de Ronan como uma das razões para o empréstimo a Ronan, a morte de Daniel foi incluída por Moro na decisão que autorizou a Operação Carbono 14.

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