MPF abre novo inquérito sobre concessão de TV atribuída a Jucá
O Ministério Público Federal de Roraima (MPF-RR) abriu um inquérito civil sobre a concessão de emissora de TV que seria administrada pelo senador Romero Jucá (MDB-RR), líder do governo Temer. As informações foram divulgadas pela Folha de S. Paulo.
O procurador Érico de Souza observa “possível improbidade administrativa” na conduta do senador.
Jucá seria o “administrador de fato” da TV Caburaí, hoje filiada da rede Bandeirantes em Roraima. O senador nega dirigir qualquer emissora.
Sobre o mesmo caso, Jucá é alvo de inquérito criminal que se arrasta há oito anos no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação apura se o senador fez uma “operação simulada de venda” da TV para manter seu controle, mantendo-se como sócio oculto.
A PGR apura falsidade ideológica, desvio de contribuições previdenciárias e crime contra a ordem tributária.
Até 2003, a TV Caburaí era controlada pela empresa Caburaí. O sócio da companhia, Geraldo Magela, assumiu que era o laranja de Jucá, que seria o gestor de fato da emissora.
No mesmo ano, Jucá transferiu o controle da TV à empresa Societat, dando o controle da emissora a seu filho, Rodrigo Jucá. Mas a alteração no contrato só foi registrada em 2009, o que fez a emissora acumular dívidas fiscais e trabalhistas no período.
Romero Jucá é senador desde 1995 por Roraima, tendo sido ministro da Previdência de Lula e ministro do Planejamento de Temer por apenas 11 dias, até ser divulgado o áudio em que defende “estancar a sangria” da Lava Jato.
O ex-sócio, Magela, teria pressionado a família de Jucá, que, então transferiu o controle da Caburaí a uma terceira empresa, a Burutis.
A família de Jucá hoje administra a TV Imperial, afiliada à Record, a Editora On Line, do jornal Roraima em Tempo.
O controle, direto ou indireto, de meios de comunicação é comum entre parlamentares e altos nomes do governo, embora seja proibido pela Constituição.
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