MPF: Alves recebeu propina da OAS por meio de conta de campanha de Temer
O Ministério Público Federal afirmou que pagou por meio da conta da campanha de Michel Temer, candidato à vice-Presidência em 2014, a quantia de R$ 500 mil em propina para o ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Alves (PMDB-RN). A afirmação foi feita no pedido de prisão preventiva contra o ex-deputado, que foi preso em natal na última terça-feira (6), na Operação Manus, um desdobramento da Lava Jato.
Segundo o MPF, o dinheiro que partiu da conta da campanha do atual presidente da República ao diretório do PMDB do Rio Grande do Norte, que teria transferido o dinheiro à campanha de Henrique Alves para o governo do Estado, em 2014.
O valor pode ser encontrado na prestação de contas do ex-parlamentar enviada à Justiça Eleitoral, que consta R$ 500 mil enviado em 11 de setembro daquele ano em uma doação do diretório estadual do partido, informando que o doador originário foi a OAS S.A..
Prisão
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de terça-feira (6) a Operação Manus para investigar atos de corrupção ativa e passiva e de lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal, no Rio Grande do Norte. O superfaturamento identificado chega a R$ 77 milhões.
De acordo com a PF, a investigação foi aberta após a análise das provas colhidas em várias etapas da Operação Lava Jato “que apontavam solicitação e o efetivo recebimento de vantagens indevidas por dois ex-parlamentares cujas atuações políticas favoreceriam duas grandes construtoras envolvidas na construção do estádio”.
“A partir das delações premiadas em inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal, e por meio de afastamento de sigilos fiscal, bancário e telefônico dos envolvidos, foram identificados diversos valores recebidos como doação eleitoral oficial, entre os anos de 2012 e 2014, que, na verdade, consistiram em pagamento de propina. Identificou-se também que os valores supostamente doados para a campanha eleitoral em 2014 de um dos investigados foram desviados em benefício pessoal”, diz a nota da PF.
Cerca de 80 policiais cumprem 33 mandados judiciais, sendo cinco de prisão preventiva, seis de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Norte e Paraná.
O nome da operação faz referência ao provérbio latino Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat, que significa “uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra”.
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