MPF: Bumlai quitou empréstimos com contratos da Petrobras; dinheiro era destinado ao PT
O pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Operação Lava Jato, utilizou contratos da Petrobras para quitar empréstimos com o banco Banco Schahin. O amigo do ex-presidente Lula ofereceu apoio político à construtora com objetivo de conseguir acordos com a estatal brasileira.
Citado na delação premiada do lobista Fernando Baiano, ele é acusado de lavagem de dinheiro e movimentação ilegal com uso de empresa de fachada. As operações ficaram até 9 anos sem serem quitadas e serviam para “dissimular” o caminho do dinheiro emprestado a terceiros.
Os recursos eram destinados ao PT e, em troca, o grupo Schahin conquistou contratos de navio-sonda na Petrobras.
O esquema repete o mensalão de 2005 e os beneficiários foram “agentes políticos e privados”. O empréstimo principal, de R$ 12 milhões, mostra claramente uma vinculação política à época em que José Dirceu era ministro da Casa Civil.
O procurador Carlos Fernando Santos Lima destaca que a irregularidade perdurou até o ano passado.
“Esta operação (financeira) já consta do depoimento de Marcos Valério prestado à Procuradoria-Geral da República ao tempo do mensalão. Esse empréstimo e esta vinculação à operação das sondas já era noticiada por Valério”, disse o procurador.
“Além do mais, nós verificamos que há uma continuidade do uso de nomes de pessoas ligadas ao governo, inclusive ao ex-presidente, por parte do ora preso José Bumlai, e que essas operações junto a órgãos públicos e instituições privadas continuam até 2014”, acrescentou Carlos Lima.
Carlos Fernando Santos Lima acrescenta que a ordem dos empréstimos veio “de cima”, mas não existe ligação comprovada com o ex-presidente Lula.
De acordo com o procurador Diogo Castor de Mattos, o empréstimo de fachada tinha o objetivo de favorecer o PT.
Com Thiago Uberreich
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