MPF: Bumlai quitou empréstimos com contratos da Petrobras; dinheiro era destinado ao PT

  • Por Jovem Pan
  • 24/11/2015 13h41
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BRASÍLIA, DF, 24.11.2015: OPERAÇÃO-LAVA JATO - O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, é levado ao avião da PF após ser preso em Brasília - A prisão do pecuarista José Carlos Bumlai se insere em um esquema de corrupção e fraude para pagar dívidas da campanha da reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme os depoimentos de delatores e provas que embasaram a decretação da prisão do pecuarista pelo juiz Sergio Moro. Preso pela Polícia Federal em Brasília nesta terça-feira (24), no âmbito da Operação Lava Jato, o pecuarista, que é amigo de Lula, foi levado para Curitiba. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress) Pedro Ladeira/Folhapress O pecuarista José Carlos Bumlai (de terno)

O pecuarista José Carlos Bumlai, preso na Operação Lava Jato, utilizou contratos da Petrobras para quitar empréstimos com o banco Banco Schahin. O amigo do ex-presidente Lula ofereceu apoio político à construtora com objetivo de conseguir acordos com a estatal brasileira.

Citado na delação premiada do lobista Fernando Baiano, ele é acusado de lavagem de dinheiro e movimentação ilegal com uso de empresa de fachada. As operações ficaram até 9 anos sem serem quitadas e serviam para “dissimular” o caminho do dinheiro emprestado a terceiros.

Os recursos eram destinados ao PT e, em troca, o grupo Schahin conquistou contratos de navio-sonda na Petrobras.

O esquema repete o mensalão de 2005 e os beneficiários foram “agentes políticos e privados”. O empréstimo principal, de R$ 12 milhões, mostra claramente uma vinculação política à época em que José Dirceu era ministro da Casa Civil.

O procurador Carlos Fernando Santos Lima destaca que a irregularidade perdurou até o ano passado.

“Esta operação (financeira) já consta do depoimento de Marcos Valério prestado à Procuradoria-Geral da República ao tempo do mensalão. Esse empréstimo e esta vinculação à operação das sondas já era noticiada por Valério”, disse o procurador.

“Além do mais, nós verificamos que há uma continuidade do uso de nomes de pessoas ligadas ao governo, inclusive ao ex-presidente, por parte do ora preso José Bumlai, e que essas operações junto a órgãos públicos e instituições privadas continuam até 2014”, acrescentou Carlos Lima.

Carlos Fernando Santos Lima acrescenta que a ordem dos empréstimos veio “de cima”, mas não existe ligação comprovada com o ex-presidente Lula.

De acordo com o procurador Diogo Castor de Mattos, o empréstimo de fachada tinha o objetivo de favorecer o PT.

Com Thiago Uberreich

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