MPF denuncia Romero Jucá por corrupção em subsidiária da Petrobras
Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro também foi denunciado
A força-tarefa da Operação Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-senador Romero Jucá (MDB) e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, por um esquema de corrupção mantido na estatal. Segundo a denúncia, o ex-parlamentar recebeu ao menos R$ 1 milhão em 2010, derivados de quatro contratos e sete aditivos celebrados entre a Galvão Engenharia e a Transpetro.
O valor foi disfarçado por meio de doação eleitoral oficial de R$ 1 milhão. Em junho de 2010, a empresa efetuou o repasse desses subornos para Romero Jucá ao Diretório Estadual do PMDB no Estado de Roraima. As propinas, assim, irrigaram a campanha de reeleição de Romero Jucá ao Senado, bem como as campanhas do filho e de ex-esposa para o Legislativo.
De acordo com os procuradores, a Galvão Engenharia pagava 5% do valor de todos os contratos com a subsidiária da Petrobras a integrantes do MDB que compunham o núcleo de sustentação de Sérgio Machado no cargo de presidente da Transpetro.
Segundo o Ministério Público Federal, Machado tinha a função de arrecadar propinas para seus padrinhos políticos. Em contrapartida, o ex-presidente da Transpetro garantia às empreiteiras a continuidade dos contratos e a expedição de futuros convites para licitações.
As investigações comprovaram ainda que a Galvão Engenharia não tinha qualquer interesse em Roraima que justificasse a realização da doação oficial, a não ser o direcionamento de propinas para Romero Jucá.
Para o procurador da República Athayde Ribeiro Costa, “a lavagem de ativos por meio doação oficial eleitoral é de intensa gravidade, pois, além de utilizar um mecanismo com aparência legítima para esquentar dinheiro ilícito, deturpa e desnivela o campo do jogo democrático”.
Já a procuradora da República Jerusa Burmann Viecilli destaca que “as provas obtidas a partir dos acordos de colaboração de Sérgio Machado e de executivos da Galvão Engenharia demonstraram um esquema de captura da Transpetro idêntico ao da Petrobras, com ajustes de corrupção nos contratos de responsabilidade de Sérgio Machado.”
O MPF afirma, ainda, que O esquema de corrupção investigado ocorreu até pelo menos o ano de 2014. Ao todo, o esquema na Transpetro foi alvo de cinco denúncias.
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