MPF-DF apresenta denúncias por fraudes na Caixa; Geddel, Cunha, Henrique Alves e outros 15
Procuradores do Ministério Público Federal no Distrito Federal apresentaram quatro denúncias relacionadas à Operação Cui Bono, que apura irregularidades na concessão de crédito da Caixa Econômica Federal em troca de propina. A denúncia foi apresentada nesta quinta-feira (04).
Ao todo, são 18 pessoas alvos de denúncias. Entre elas o ex-ministro Geddel Vieira Lima, os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o operador Lúcio Funaro e o ex-vice-presidente do banco Fábio Cleto.
As quatro denúncias estão relacionadas a operações de crédito para a Marfrig, J&F, Grupo BR Vias e Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários. Também estão relacionadas a duas operações com recursos do FI-FGTS.
Os 18 denunciados, caso a denúncia seja aceita, responderão por crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. O MPF pede multa e reparação de danos que ultrapassam R$ 3 bilhões.
Foram identificados repasse de valores por Funaro a Cunha no valor de R$ 89,5 milhões entre 2011 a 2015; Geddel de R$ 17,9 milhões entre 2012 a 2015, e a Henrique Eduardo Alves no montante de R$ 6,7 milhões entre 2012 a 2014.
Operação Cui Bono
Deflagrada em janeiro de 2017, a Cui Bono investiga se Geddel, vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa de 2011 a 2013, cobrava propina para liberar empréstimos. Investigadores suspeitam que o emedebista fornecia informações privilegiadas para Cunha, Funaro e Cleto.
Segundo a PF à época, foram identificados crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, formação de quadrilha e obstrução à investigação de crime praticado por organização criminosa.
No pedido que deu origem à operação, o procurador Anselmo Lopes disse que mensagens encontradas no celular de Cunha apontavam a solicitação de propina a empresas interessadas em empréstimos da Caixa. “Os diálogos não deixam dúvidas de que Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha buscavam contrapartidas indevidas nas diversas empresas, visando à liberação de créditos que estavam sob a gestão da vice-presidência de Geddel”, disse Lopes.
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