MPF pede absolvição de Lula em caso de compra de silêncio de Nestor Cerveró
Numa medida que promete gerar muita controvérsia, o Ministério Publico Federal solicitou à Justiça que absolva o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da acusação de ter atuado ativamente na tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró.
Também hoje, o Ministério Público Federal teria pedido a anulação do acordo de delação premiada fechado pelo senador cassado Delcídio Amaral (sem partido – MS), em função de inverdades em depoimentos feitos por ele no processo que levou o petista ao banco dos réus.
“Isso já era algo esperado”, defendeu-se o ex-senador em contato com o jornalista Claudio Tognolli, da Jovem Pan. “Quem tomou essa medida é um procurador de Brasília, Ivan Claudio Marx, o mesmo que absolveu a Dilma das pedaladas. Ele está votando ideologicamente. Quem vai julgar é o juiz. O processo está muito bem construído e estamos tranquilos”, afirmou.
Se o pedido for aceito, em caso de condenação, o ex-senador poderá ter de cumprir integralmente as penas pelos crimes de obstrução à Justiça e patrocínio infiel. Também ficará sujeito a responder por falsa imputação de crime. No mesmo documento, o procurador da República Ivan Cláudio Marx também pede que, após a sentença, a Procuradoria-Geral da República (PGR) seja informada para que analise a possibilidade de perda geral dos benefícios por parte do colaborador.
O pedido do MPF pede que também sejam condenados o advogado Edson de Siqueira Ribeiro Filho e os demais denunciados: Maurício Barros Bumlai, José Costa Barros Bumlai e Diogo Ferreira Rodriguez. No caso de Diogo, benefícios decorrentes da colaboração devem ser mantidos. Marx alega que a alegação que Delcídio fazia – a de que o silêncio de Cerveró à época era a pedido de Lula é falsa.
O artigo do site do MPF diz: “Em sua versão, Delcídio afirmou que todo o dinheiro foi dado por José Carlos Bumlai, por intermédio do filho, Maurício Bumlai, e que ele apenas encaminhou a entrega das cinco parcelas de R$ 50 mil ao ex-diretor da Petrobras a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A afirmação é contestada e desmentida em vários depoimentos colhidos durante a instrução processual. José Carlos e Maurício – ambos denunciados – confessaram ter entregue R$ 100 mil a interlocutores de Delcídio, sustentando que tratava-se de ‘empréstimo’ ao parlamentar. Além disso, uma testemunha afirmou ter feito empréstimo pessoal ao senador dos recursos utilizados para o pagamento da quarta parcela. Para o MPF, Delcídio também mentiu sobre a quinta entrega de valores, ao afirmar que teria sido feita por Diogo Rodriguez com recursos da família Bumlai. A entrega foi feita pelo próprio Delcídio. Já a origem do dinheiro não foi comprovada.”
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