Mulheres fazem caminhada no Rio para alertar contra câncer de mama

Rio de Janeiro - O grupo Amigas do Peito, formado por mulheres mastectomizadas, realiza na estrada Grajaú-Jacarepaguá no Rio de Janeiro, sua 1 caminhada, com o objetivo de alertar a população sobre o câncer de m

 Grupo Amigas do Peito, formado por mulheres mastectomizadas, realiza na estrada Grajaú-Jacarepaguá no Rio de Janeiro, sua 1ª caminhada, com o objetivo de alertar a população sobre o câncer de mama ( Tânia Rêgo/Agência Brasil)Tânia Rêgo

Como parte do Outubro Rosa, um grupo de mulheres mastectomizadas fez hoje (4) uma caminhada na zona oeste do Rio de Janeiro, para alertar a população sobre o câncer de mama. O grupo percorreu ruas de Jacarepaguá com cartazes e camisetas rosas, e distribuiu mensagens sobre a campanha.

O ato saiu por volta de 10h do Hospital Federal Cardoso Fontes, onde as mulheres do grupo fizeram o tratamento contra a doença e foram acolhidas no Grupo Amigas do Peito. Com atividades semanais, o grupo reúne uma equipe multidisciplinar do hospital e 70 mulheres em diversos estágios do tratamento, incluindo algumas já consideradas curadas.

Coordenadora do grupo, a enfermeira aposentada e arteterapeuta Maria Venina da Conceição de Araújo, de 71 anos, contou que a ideia do grupo foi fazer um ato próprio, em um lugar onde todas as mulheres já tinham acesso, para destacar a prevenção do câncer de mama.

“É uma maneira de chamar a atenção da mulherada para os exames”, resume ela, que conta que o acompanhamento às mulheres começa logo após o diagnóstico. “Vem a quimioterapia branca, a cirurgia, a quimioterapia vermelha, a radioterapia e a gente acompanha. Temos também a visita no leito, que é muito importante porque elas ficam mais animadas”.

As atividades do grupo incluem oficinas de crochê, artesanato e reciclagem, e foi lá que Roseli Theodoro, de 47 anos, se tornou artesã. Mesmo dez anos após a mastectomia, ela continua participando das atividades e conta que o grupo foi importante para sua recuperação.

“Graças a Deus, estou curada. Isso aqui é uma família. Uma ajuda a outra”, diz ela, que recuperou o orgulho do próprio corpo e torce para que a passeata conscientize outras mulheres a pensar da mesma forma. “A importância dessa passeata é não ter vergonha, não se sentir mutilada. Hoje, há mais esclarecimento sobre o câncer de mama. Ainda têm mulheres que se escondem e vão morrendo aos poucos, mas o câncer de mama tem cura”.

Ela lembra que seu caminho não foi fácil, inclusive porque sofreu um divórcio após a cirurgia. “Eu fui no fundo do poço, com uma filha de 13 anos e um casamento que estava no auge. Em 2007, veio uma separação em que pensei que não tinha mais forças. Mas graças a Deus, pela minha filha, eu tive força e hoje estou com uma filha de 24 anos terminando uma faculdade pública”.

Prevenção e sintomas

Segundo o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva, hábitos saudáveis podem prevenir 30% dos casos de câncer de mama. É recomendável praticar atividade física, manter uma alimentação saudável, controlar o peso corporal, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e amamentar.

O INCA destaca que é importante que as mulheres observem e toquem regularmente seus seios em busca de alterações mamárias, como caroços endurecidos, pele avermelhada e alterações no mamilo, como a saída espontânea de líquido.

As mulheres também devem estar atentas à pequenos nódulos na região das axilas e do pescoço e procurar um serviço médico caso identifiquem alterações persistentes nas mamas. 

Mulheres com entre 50 e 69 anos devem realizar mamografia de dois em dois anos, mesmo quando não há sinais nem sintomas.

  • Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
  • 04/10/2017 12h34
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Rio de Janeiro - O grupo Amigas do Peito, formado por mulheres mastectomizadas, realiza na estrada Grajaú-Jacarepaguá no Rio de Janeiro, sua 1 caminhada, com o objetivo de alertar a população sobre o câncer de m

 Grupo Amigas do Peito, formado por mulheres mastectomizadas, realiza na estrada Grajaú-Jacarepaguá no Rio de Janeiro, sua 1ª caminhada, com o objetivo de alertar a população sobre o câncer de mama ( Tânia Rêgo/Agência Brasil)Tânia Rêgo

Como parte do Outubro Rosa, um grupo de mulheres mastectomizadas fez hoje (4) uma caminhada na zona oeste do Rio de Janeiro, para alertar a população sobre o câncer de mama. O grupo percorreu ruas de Jacarepaguá com cartazes e camisetas rosas, e distribuiu mensagens sobre a campanha.

O ato saiu por volta de 10h do Hospital Federal Cardoso Fontes, onde as mulheres do grupo fizeram o tratamento contra a doença e foram acolhidas no Grupo Amigas do Peito. Com atividades semanais, o grupo reúne uma equipe multidisciplinar do hospital e 70 mulheres em diversos estágios do tratamento, incluindo algumas já consideradas curadas.

Coordenadora do grupo, a enfermeira aposentada e arteterapeuta Maria Venina da Conceição de Araújo, de 71 anos, contou que a ideia do grupo foi fazer um ato próprio, em um lugar onde todas as mulheres já tinham acesso, para destacar a prevenção do câncer de mama.

"É uma maneira de chamar a atenção da mulherada para os exames", resume ela, que conta que o acompanhamento às mulheres começa logo após o diagnóstico. "Vem a quimioterapia branca, a cirurgia, a quimioterapia vermelha, a radioterapia e a gente acompanha. Temos também a visita no leito, que é muito importante porque elas ficam mais animadas".

As atividades do grupo incluem oficinas de crochê, artesanato e reciclagem, e foi lá que Roseli Theodoro, de 47 anos, se tornou artesã. Mesmo dez anos após a mastectomia, ela continua participando das atividades e conta que o grupo foi importante para sua recuperação.

"Graças a Deus, estou curada. Isso aqui é uma família. Uma ajuda a outra", diz ela, que recuperou o orgulho do próprio corpo e torce para que a passeata conscientize outras mulheres a pensar da mesma forma. "A importância dessa passeata é não ter vergonha, não se sentir mutilada. Hoje, há mais esclarecimento sobre o câncer de mama. Ainda têm mulheres que se escondem e vão morrendo aos poucos, mas o câncer de mama tem cura".

Ela lembra que seu caminho não foi fácil, inclusive porque sofreu um divórcio após a cirurgia. "Eu fui no fundo do poço, com uma filha de 13 anos e um casamento que estava no auge. Em 2007, veio uma separação em que pensei que não tinha mais forças. Mas graças a Deus, pela minha filha, eu tive força e hoje estou com uma filha de 24 anos terminando uma faculdade pública".

Prevenção e sintomas

Segundo o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva, hábitos saudáveis podem prevenir 30% dos casos de câncer de mama. É recomendável praticar atividade física, manter uma alimentação saudável, controlar o peso corporal, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e amamentar.

O INCA destaca que é importante que as mulheres observem e toquem regularmente seus seios em busca de alterações mamárias, como caroços endurecidos, pele avermelhada e alterações no mamilo, como a saída espontânea de líquido.

As mulheres também devem estar atentas à pequenos nódulos na região das axilas e do pescoço e procurar um serviço médico caso identifiquem alterações persistentes nas mamas. 

Mulheres com entre 50 e 69 anos devem realizar mamografia de dois em dois anos, mesmo quando não há sinais nem sintomas.

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