Na Caixa, Guedes diz que governo não vai tolerar ‘uso de recurso público na direção equivocada’

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2019 20h52
Fátima Meira/Estadão Conteúdo Guedes empossou presidentes de bancos públicos nesta segunda-feira

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira (7) que o governo não vai tolerar a compra de influência política nos bancos públicos e o uso de recursos na “direção equivocava”. O economista participou nesta tarde da transmissão de cargo da presidente da Caixa Econômica Federal a Pedro Guimarães, em Brasília.

A afirmação do líder econômico do governo do presidente Jair Bolsonaro acontece justamente na mudança de comando do banco público que nos últimos anos se viu no centro de uma série de escândalos envolvendo a troca de favores para liberação de créditos facilitados na instituição. Esse tipo de “toma lá, dá cá” vinha se repetindo.

“Não será tolerada compra de influência ou uso de recurso público na direção equivocada”, declarou. O ministro disse que a Caixa “foi capturada e se perdeu” e elencou uma série de ativos problemáticos, como o FI-FGTS, fundo de investimentos com recursos do FGTS, que “irrigou coisas que não era para irrigar”. Ele quer “reavaliar isso tudo”.

Transparência

Guedes destacou a importância da transparência e da governança como princípios norteadores para a atividade do banco público. Para ele, as instituições públicas têm papel extraordinário na sociedade, mas é preciso agir sem conflito de interesses. “A sociedade precisa saber se instituição serve a grupo político, à pirataria privada ou ao País.”

Guedes lembrou escândalos de corrupção na Petrobras e na própria Caixa. “Ninguém é infalível. Investimento dá errado, é da vida, mas corrupção é intolerável”, assegurou. O ministro disse também que o Tribunal de Contas da União (TCU) tem sido vigilante e que a interação do órgão de controle com o novo governo tem ocorrido desde o primeiro dia.

Potencial econômico

Guedes afirmou que o novo presidente da Caixa vai “tangibilizar” o potencial econômico que existe dentro da Caixa Econômica Federal e fortalecer a instituição. “Pedro tem capacidade de trabalho, história longa e bem-sucedida no mercado de capitais e visão grandiosa de futuro”, afirmou durante a cerimônia de transmissão de cargo.

O ministro da Economia defendeu que a nova gestão do banco não deve olhar para trás, pois os atos passados serão analisados pela Justiça. “Temos que olhar para frente”, afirmou. Mesmo assim, ele citou como exemplo a questão da publicidade. “Com um centésimo (do valor gasto) da outra direção, podemos fazer trabalho melhor”, disse.

Desejo do presidente Jair Bolsonaro, a revisão de contratos de patrocínio vai ser um dos focos de Pedro Guimarães na Caixa. Em discurso, ele disse que vai “avançar em programa muito forte de controle de custo“, o que vai incluir a publicidade. “O foco do programa de controle é avaliar retorno de ações para o banco”, explicou.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.