Na contramão do mundo, emissão de gases-estufa cai 2,3% no Brasil, aponta estudo da ONU
Um estudo realizado e publicado pela ONU, Organização das Nações Unidas, mostra que os líderes mundiais não estão cumprindo suas promessas de redução de emissão de redução de gases do efeito estufa. A menos de um mês da COP24, principal evento de discussão ambiental do mundo, Brasil representou um ponto fora da curva e as suas emissões de gases como o dióxido de carbono, CO², caíram 2,3%.
Em 2016, pela primeira vez, os indicadores mostraram que a concentração do dióxido na camada de ozônio ultrapassou a casa dos 400 ppm (partes por milhão), chegando a 403,3 ppm. No ano seguinte, a medição apontou 405,5 ppm. “não há sinal de que essa tendência seja revertida”, diz o relatório. O CO² é responsável por pelo menos 82% da expansão do efeito estufa na última década.
As mudanças climáticas oriundas do efeito estufa são responsáveis pelo aumento no nível dos oceanos, agravamento dos eventos climáticos e acidificação dos mares. O cenário não é animador. Para Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, um cenário similar se apresentou entre 3 e 5 milhões de anos atrás. Na ocasião, os níveis dos mares estavam 20 metros acima do nível atual, e a temperatura era 2 a 3 graus superior.
“As emissões brasileiras estão estabilizadas em um mundo que está crescendo. Faz bastante tempo que estamos parados no mesmo lugar e o volume de emissões é praticamente o mesmo de 1990. Mas, se olhar pela evolução, a emissão tem sido maior per capita do que as outras registradas no mundo”, explicou o coordenador do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases do Observatório do Clima no Brasil, Tasso Azevedo.
Apesar da queda, o Brasil poderia ter feito mais. O Cerrado brasileiro, que é o segundo maior bioma do país, depois da Amazônia, apresentou aumento de 11% no desmatamento, uma das práticas responsáveis pelo aumento nos níveis de emissão de gases na atmosfera.
*com informações de Estadão Conteúdo
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