Na reeleição de FHC, Ronivon Santiago recebeu dos ‘dois lados’, afirma delator

  • Por Estadão Conteúdo
  • 02/06/2016 08h49
Montagem/ ABR e ACâmara FHC (Fernando Henrique Cardoso) e Paulo Maluf - compra de votos - Montagem - ABR e ACâmara

O ex-deputado e delator da Lava Jato Pedro Corrêa (PP-PE) afirmou que o ex-deputado Ronivon Santiago (ex-PFL, PMDB e PP), que admitiu, à época, ter recebido R$ 200 mil para apoiar a reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso, também teria recebido dinheiro do ex-prefeito de São Paulo e deputado Paulo Maluf (PP), para votar contra a medida.

No depoimento, porém, para além dos já conhecidos R$ 200 mil, Corrêa não cita valores que Ronivon teria recebido. O delator faz referência a “dois lados” que teriam pago ao então parlamentar: o governo FHC, capitaneado pelo ministro das Comunicações Sérgio Motta e presidente da Câmara, Luis Eduardo Magalhães, ambos mortos em 1998 e, posteriormente, para votar contra, Paulo Maluf.

Na altura dos acontecimentos, segundo Corrêa, o maior desafio para Maluf era exatamente a possibilidade de reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Para tanto, relata o delator, o poítico convocou-o a ele e outros deputados, como Severino Cavalcanti e Salatiel Carvalho “para se contrapor ao governo e também cooptar, com propina, parlamentares que estivessem se vendendo à gestão FHC”.

A delação de Corrêa está sob análise do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, e ainda não foi homologada. O ex-deputado Ronivon Santiago não foi localizado para comentar o caso.

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