Na Suíça, advogado de defesa diz que Cunha não é titular de contas

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/05/2016 13h45
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Brasília - O Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha preside Sessão Plenária (Antonio Cruz/Agência Brasil) Antonio Cruz/Agência Brasil - 28/04/16 O presidente da Câmara dos Deputados

O advogado suíço Didier de Montmollin, indicado pela defesa do presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para depor no Conselho de Ética, declarou, nesta quinta-feira (12), que o peemedebista não é titular das contas do banco Julius Baer, como é acusado. Segundo ele, Cunha é “proprietário-beneficiário” de contas do truste Netherton e, portanto, não teria mentido sobre possuir contas no exterior para os membros da extinta Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. 

Ele também negou que o político seria proprietário de conta existente em nome de sua mulher, Claudia Cruz, mas não quis comentar sobre a existência de outras contas. “Não sou Deus, não tenho indicação que tenha outras contas. Se posso confirmar que não há outras contas em que ele seja titular? Isso está além de minhas limitações”, ponderou. Mais uma vez, o colegiado não discutiu a licitude ou não das quantias do truste. O advogado de Cunha, Marcelo Nobre, defendeu que a alegação é apenas se Cunha teria mentido sobre não possuir conta na Suíça.

Montmollin é o segundo jurista indicado pela defesa de Cunha e, assim como o primeiro, alegou que possui acordo de confidencialidade com o peemedebista por representá-lo em “qualquer assunto relativo a leis suíças”. Ele disse que diria a verdade “no que pudesse responder” e enfatizou diversas vezes que só poderia falar de maneira genérica sobre os temas abordados. O relator do colegiado, Marcos Rogério (DEM-RO), transformou a testemunha em “informante”, assim como fez, na última quarta (11), para que não houvesse a prerrogativa de juramento.

De acordo com o entendimento do advogado, pelas leis suíças, o “beneficiário pode ser diferente da pessoa identificada como titular da conta”. Questionado por Marcos Rogério sobre o que teria motivado o Ministério Público suíço a abrir uma investigação contra Cunha, Montmollin defendeu que o MP costuma “abrir rapidamente investigações” quando há pedido de outros países ou se há suspeição de problema em potencial por parte do sistema financeiro da Suíça. Ele disse que não teve acesso à investigação completa em seu país.

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