Não cassam Dilma, mas os “54 milhões que votaram nela”, diz Jorge Viana
Em entrevista exclusiva à Jovem Pan, o senador Jorge Viana (PT-AC) chamou de “triste na história do Senado” a sessão que discute a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
“Estamos votando a admissibilidade do processo no Senado. Depois que começa o julgamento para se provar se houve crime ou não. Nós temos certeza que não houve crime. Isso é um golpe. É uma sessão triste na história do Senado”, disse o petista. Para ele, um Governo mal avaliado não deve ser tirado do poder. “Hoje, quem está sendo cassada não é a Dilma, mas os 54 milhões que votaram nela. É a segunda vez que o PMDB chega ao poder sem voto. A gente tem um Governo sem nenhuma legitimidade”, acusou.
Questionado se a base governista não abriria mão de seus discursos na tribuna, Viana disse que o PT é uma “minoria” e que está vivendo “um jogo de carta marcada”. O petista defendeu que a base permaneça até o final da sessão para exigir o cumprimento da Constituição e das leis. “Nós temos que cumprir o rito constitucional. Não é a presidente que está sendo cassada, é a soberania do voto”, reiterou.
O que acontece se impeachment avançar
Caso o processo de impeachment seja aceito em plenário, o Senado Federal brasileiro terá cinco meses para julgar a presidente afastada Dilma Rousseff. As sessões de julgamento serão presididas excepcionalmente pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
O julgamento final virá novamente dos votos dos senadores. Se dois terços dos parlamentares (54 senadores) entenderem que Dilma é culpada por crime de responsabilidade, a petista é afastada definitivamente da Presidência e Michel Temer conclui seu mandato até 31 de dezembro de 2018. Se absolvida, Dilma Rousseff retoma a cadeira presidencial imediatamente.
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