“Não é algo a ser comemorado”, diz Aécio Neves sobre saída de Parente

  • Por Estadão Conteúdo
  • 01/06/2018 16h24
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Moreira Mariz/Agência Senado "É fundamental agora que o governo federal seja ágil na sua substituição por um nome que sinalize na direção da continuidade do processo de saneamento da empresa", disse o senador

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou nesta sexta-feira (1º), por meio de nota, que a saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras “não é algo a ser comemorado”.

“É fundamental agora que o governo federal seja ágil na sua substituição por um nome que sinalize na direção da continuidade do processo de saneamento da empresa”, disse Aécio.

Para o senador, o governo precisa ter a sensibilidade “necessária” em relação aos impactos da política de preços de Petrobras na vida dos brasileiros. “É necessário também que os Estados participem desse esforço ao lado do governo federal”, concluiu o parlamentar tucano.

Líder do DEM considera pedido “inoportuno”

Líder do DEM na Câmara dos Deputados, Rodrigo Garcia afirmou que o pedido de demissão de Parente é “inoportuno”, visto que a política de preços está, até o momento, mantida. Para ele, o debate sobre a política da estatal “terá de ser enfrentado”.

“O governo recorreu a outros caminhos para minimizar o impacto de preços. Sua saída não ajuda neste momento de turbulência”, comentou o deputado por meio de nota.

Garcia afirmou que, apesar de as pesquisas mostrarem que parte da população concorda com a manifestação dos caminhoneiros, ela “não está disposta a bancar a conta que o governo federal aceitou pagar para encerrar a paralisação”.

Jucá aposta em nome técnico

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR) disse que a saída não significará uma mudança radical na política de preços da estatal.

“O que a gente tem defendido é a construção de um sistema de política de preço que dê previsibilidade. Eu acho que a falta dessa previsibilidade foi a grande falha desse sistema, que funcionaria em situações normais, em que o aumento no preço do barril do petróleo fosse eventual. Com essa vulnerabilidade do barril do petróleo, com essa crise internacional com Oriente Médio, todo dia é uma gangorra. Isso cria uma distorção da política que eles fizeram que é de ação e reação”, avaliou.

Jucá aposta que Parente será substituído por um nome técnico. “A linha traçada para a Petrobras pelo governo, de recuperação da estatal, vai continuar. O governo vai ter responsabilidade com a Petrobras. Temos que ajustar a conjuntura sem perder a política de recuperação da empresa. O governo não vai tirar um técnico e colocar um politico, não vai manipular o preço do combustível”, afirmou.

Como solução para alta do preço dos combustíveis, Romero Jucá defendeu a criação de uma Câmara de Compensação, que defina valores máximos e mínimos, além da busca da redução tributária. “Eu acho que mais de 50% do preço do combustível ser imposto é muito pesado . O governo está reduzindo PIS e Cofins, defendo redução de ICMS, mas tudo isso vai ser discutido com calma; não pode ser de forma açodada”, ponderou.

Para o líder do governo, Parente fez um grande trabalho e agiu com grandeza pensando na Petrobras e no país. “É um excelente quadro, alguém diferenciado que teve reciprocidade com a Petrobras e com o país”.

*Com informações da Agência Brasil

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