Não há evidência de que reforma trabalhista conseguirá gerar emprego, aponta OIT

  • Por Estadão Conteúdo
  • 10/05/2017 15h08
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Vinte e um alunos da Escola de Educação Especial Primavera, no Tarumã, receberam na manhã desta terça-feira (02) a carteira de trabalho. Foto: Valdecir Galor/SMCS Valdecir Galor/SMCS Desemprego

Não há evidências de que a reforma trabalhista em estudo no Brasil conseguirá gerar empregos. A avaliação é do diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Peter Poschen. O dirigente criticou o discurso de que o País vai “modernizar” a legislação trabalhista, mas sem estabelecer um objetivo. “Concordo em modernizar, mas parece que o objetivo é bem vago”, disse. 

Em audiência conjunta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o diretor da entidade rebateu o discurso do governo federal de que a Reforma Trabalhista conseguirá melhorar as condições do mercado de trabalho. “Sobre a compreensão dos impactos, essa afirmação de que a reforma vai gerar emprego tem pouca evidência”, disse, ao comentar que a experiência internacional mostra que nem sempre a mudança na legislação consegue gerar empregos e o ciclo econômico costuma importante na criação de postos de trabalho. 

O dirigente da OIT defendeu que o Brasil deveria “definir melhor e ter objetivos claros” para a Reforma Trabalhista. Poschen nota ainda que a experiência internacional indica que é importante contar com um bom diagnóstico e é preciso “coerência das políticas”. 

Poschen dá como exemplo o fato de o Brasil tocar a Reforma Trabalhista e a previdenciária ao mesmo tempo. “A Reforma Trabalhista dialoga com a Reforma da Previdência. Se essa reforma trabalhista mudar o mercado de trabalho, a base de cálculo usada na Reforma da Previdência talvez tenha de ser revista”, disse.

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